O Sindipetro PR e SC convoca toda a categoria para o ato nacional “Mulheres Vivas”, neste domingo (07), que tomará as ruas de diversas cidades do país. Sob o mote “Basta de feminicídio. Basta de naturalizar a violência. Queremos mulheres vivas!”, a mobilização surge da articulação construída na última semana em resposta à escalada de agressões que segue vitimando brasileiras diariamente.
Apenas neste ano, o Brasil ultrapassou a marca de mil feminicídios, enquanto mais de 2,7 mil mulheres sobreviveram a tentativas de assassinato. Casos recentes, muitos deles registrados em plena luz do dia, filmados ou denunciados pelas próprias vítimas, escancaram a urgência de reação coletiva.
Durante cerimônia na Refinaria Abreu e Lima (PE), o presidente tratou do assunto, convocou os homens ao enfrentamento e defendeu a criação de “um grande movimento nacional contra os animais que batem e maltratam as mulheres”.
Em meio ao avanço dessa violência, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL) apresentou o Projeto de Lei 6075/2025, que tipifica como crime a promoção, incitação e divulgação de conteúdo misógino. A proposta estabelece pena de 2 a 5 anos de reclusão e multa para quem “promover, incitar, difundir ou divulgar, inclusive por compartilhamento, republicação ou encaminhamento, conteúdo misógino, entendidos como aqueles que propagam o ódio ou a aversão às mulheres”. O texto prevê aumento de até dois terços da pena quando a prática ocorrer em redes sociais, por perfis falsos, robôs, com financiamento para ampliar a difusão, quando dirigida a mulheres em razão da vida pública ou praticada por agentes do Estado. “A violência misógina no ambiente digital tornou-se uma das formas mais recorrentes e perversas de ataque às mulheres no Brasil”, afirma Sâmia.
Para a diretora da FUP e do Sindipetro PR e SC, Cristiane Fogaça, o momento exige ação imediata das instituições e da sociedade civil. “Estamos diante de um cenário brutal, em que mulheres são assassinadas, perseguidas e atacadas diariamente nas ruas, dentro de casa, no ambiente digital, no trabalho. Não é possível naturalizar isso. A violência não nasce do nada, ela é alimentada por discursos de ódio, por quem incentiva agressões e tenta calar mulheres. Ou o Brasil enfrenta esse ciclo com firmeza, ou continuará enterrando vítimas todos os dias”, afirma.
Agora, é hora de transformar indignação em presença nas ruas. Confira o local e horário do ato na sua cidade e participe.
Paraná:
Curitiba – 10h – Ruínas de São Francisco (Praça João Cândido, Largo da Ordem)
Santa Catarina:
Florianópolis – 13h – Cabeceira da Ponte Hercílio Luz
Itajaí – 14h – Praça da Beira Rio
Joinville – 14h (06/12) – Praça da Bailarina
Por Juce Lopes

