Em audiência na Alesc, Sindicato propõe união na luta em defesa das estatais

Presidente do Sindipetro PR e SC afirmou que a unidade da classe trabalhadora é fundamental para barrar as privatizações.

 

Uma comitiva de petroleiros participou de audiência pública realizada pela Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público e das Empresas Estatais de Santa Catarina e pela Frente Parlamentar em Defesa da Eletrosul da Câmara dos Deputados Federais, na noite desta segunda-feira (07), na Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina).

 

Durante o evento, o presidente do Sindipetro PR e SC ocupou a tribuna e propôs a união dos trabalhadores para combater as privatizações. “Precisamos construir uma luta conjunta com os companheiros eletricitários. Unidade da classe trabalhadora é o que mais mete medo nesses caras. Dá um recado bastante claro de que se comprarem vão se incomodar. Nós não estamos à venda e nós não temos preço como eles estão achando que temos. A luta tem que ser no Congresso Nacional”, conclamou.

 

Parlamentares, entidades sindicais e trabalhadores do setor elétrico participaram da audiência. O foco foi no Projeto de Lei (PL) 9463/2018, de autoria do governo federal e em tramitação na Câmara dos Deputados, que trata da privatização da Eletrobrás. A medida possibilitará que o setor elétrico brasileiro seja controlado por investidores estrangeiros, principalmente chineses, o que colocará em risco a soberania nacional.

 

“Estamos ficando reféns do capital internacional. Não podemos voltar aos tempos em que o Brasil era colônia”, afirmou o deputado Cesar Valduga (PCdoB), presidente da frente e um dos proponentes da audiência. “A energia é estratégica para o desenvolvimento econômico, geração de emprego e renda e do benefício social que ela traz. Não podemos ficar reféns de interesses estrangeiros em um setor estratégico para a economia de nosso país.”

 

O presidente do Sindipetro PR e SC também destacou o retrocesso à era colonial que o setor do petróleo atravessa. “O entreguismo está avançando desde o golpe de 2016 e agora chega à área de refino. Hoje o Brasil se tornou um grande importador de combustíveis, apesar de ter o 5º parque de refino do mundo e o 8º mercado consumidor. Mesmo tendo uma produção alta de petróleo, estamos exportando petróleo cru e voltando à condição de colônia. Tudo isso com a redução da nossa capacidade de produção de derivados nas refinarias”, denunciou Dal Zot.

 

Entre as conclusões apresentadas na audiência pública, o destaque foi para a mobilização da sociedade com o objetivo de pressionar os deputados federais a votarem contra os projetos de privatização e atuarem na defesa das estatais, uma das poucas alternativas para se evitar que a União repasse para investidores estrangeiros o controle da produção de energia no país.

 

 

Aumento dos preços
Além da ameaça à soberania nacional, a privatização do sistema elétrico provocaria aumento no preço da energia, na avaliação dos participantes da audiência. Conforme o deputado federal Pedro Uczai (PT-SC), presidente da frente em defesa da Eletrosul, outros aspectos também ficariam prejudicados.

 

“A privatização reduz a possibilidade de universalização da energia, por meio do Luz para Todos; e compromete a manutenção de um sistema interligado, como o que temos no Brasil, no qual, quando falta energia em uma região, outra fornece”, afirmou Uczai. “Não há razões econômicas nem financeiras para essa venda. Se os investidores estrangeiros querem produzir energia no Brasil, que sejam bem-vindos, mas que construam novas usinas, não comprem aquelas que já foram construídas com o dinheiro do povo brasileiro.”

 

O presidente do Sindicato deu um exemplo concreto de que a entrega do patrimônio nacional encarece os preços à população. “Com a entrega do Pré-Sal, o preço dos combustíveis simplesmente subiu. Quem pagava R$ 2,54 no final do governo Dilma, hoje está pagando quase R$ 5,00. Não entrem nessa balela de tarifas mais baixas, como é o caso da eletricidade, mas é também dos combustíveis”, apontou.   

  

Assista a exposição de Mário Dal Zot na Alesc no seguinte link: https://www.facebook.com/sindicatodospetroleiros/videos/766847280172087/

 

 

 *Com informações da Agência Alesc