Na segunda-feira (20), o Sindipetro PR e SC reuniu sua Direção Colegiada para um encontro que debateu as principais pautas da categoria petroleira na atualidade, além de avaliar a contraproposta para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) encaminhada pela Petrobrás em 16 de outubro.
Pela manhã, a atividade contou com a participação do doutor em Geografia e pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Francismar Ferreira, que apresentou um panorama do setor energético brasileiro e os desafios da Petrobrás e da indústria nacional. Ele explicou as áreas de atuação do Ineep, responsável por desenvolver estudos sobre exploração, refino, gás natural, regulação, preços e transição energética, com foco na soberania e segurança do país.
Francismar também abordou mudanças na produção e nos preços dos combustíveis, a saída da Petrobrás de segmentos estratégicos e a necessidade de fortalecer o papel do Estado em uma transição energética justa. Ao tratar do cenário internacional, destacou disputas geopolíticas em torno do petróleo e a importância da segurança energética como eixo do desenvolvimento nacional. A exposição foi encerrada com espaço de diálogo, no qual o pesquisador respondeu a questionamentos dos participantes.

À tarde, a Colegiada debateu a campanha reivindicatória para o ACT. Entre os temas abordados pelos dirigentes estiveram a recomposição dos efetivos, a criação de um novo plano de cargos, a solução para os PEDs e as cláusulas econômicas. A avaliação geral indicou que a contraproposta da Petrobrás é insuficiente e carece de clareza em relação às alterações que a empresa pretende aplicar nas cláusulas do acordo.
Para a Federação, o documento desconsidera pontos centrais da pauta construída coletivamente pela categoria. Além de ignorar cláusulas sociais e econômicas históricas, a Petrobrás não apresenta solução para os equacionamentos da Petros, deixa sem resposta questões essenciais da AMS, como o contrato de adesão individual, e se recusa a antecipar a reposição inflacionária.
A gestão também ignorou capítulos inteiros da pauta de reivindicações, que tratam de temas como SMS, prestação de serviços, relações sindicais e distribuição justa da riqueza gerada. Permanecem sem qualquer posicionamento demandas estruturais, como a incorporação dos trabalhadores das subsidiárias, o novo plano de cargos, a recomposição de efetivos, a convocação dos concursados, a redução da jornada sem corte salarial e a ampliação do teletrabalho.
Nesta quarta-feira (22), o Conselho Deliberativo da FUP se reuni para definir a posição da entidade sobre a contraproposta. O documento não contempla a maior parte das reivindicações da categoria, o que deve orientar os debates e encaminhamentos do encontro. Os indicativos a serem levados às assembleias e os próximos passos da campanha reivindicatória serão deliberados coletivamente pelo Conselho.
O Sindipetro PR e SC reafirma o compromisso com a construção de um ACT justo, que valorize a categoria e assegure condições dignas de trabalho. O sindicato seguirá unido à FUP na defesa das reivindicações e por avanços reais nas negociações.
Por Juce Lopes
Com informações da FUP