As direções sindicais enfatizaram que é inadmissível que empregados transferidos contra a sua vontade no governo passado sejam novamente penalizados por medidas unilaterais.
Dirigentes da FUP e de seus sindicatos reuniram-se nesta quinta-feira, 18, com a Gerência de Recursos Humanos da Petrobrás para tratar dos descontos que estão sendo impostos compulsoriamente aos trabalhadores que receberam o Adicional Provisório de Transferência (APT).
A reunião foi solicitada pelas entidades que enfatizaram ser inadmissível as cobranças que estão sendo impostas aos empregados que, após terem sido transferidos contra a sua vontade no governo passado, novamente estão sendo penalizados por medidas tomadas pela atual gestão.
De forma unilateral, a Petrobrás iniciou em junho descontos parcelados e em ondas dos valores pagos a título do APT a trabalhadores que foram compulsoriamente transferidos a partir de 2019 em função do fechamento e da venda de unidades.
Além de todo o sofrimento que as transferências causaram na categoria (separação, adoecimentos e outros impactos irreversíveis sobre as famílias petroleiras), os trabalhadores também foram obrigados a mudar de regime de trabalho durante a pandemia da Covid-19.
As direções sindicais lembraram que, tanto as transferências, quanto as mudanças de regime de trabalho decorrentes da pandemia foram feitas por interesse da Petrobrás, assim como o pagamento do APT, como forma de mitigar os prejuízos causados aos trabalhadores. Na época, a empresa enviou comunicados à categoria, afirmando que “não haveria devolução de vantagens de transferência pagas ou postergação do início do pagamento do APT”. Além disso, foi informado aos trabalhadores de que haveria uma flexibilização da negociação com a gerência local sobre a data de apresentação no novo imóvel de lotação.
Agora, ao contrário do que afirmou na época, a Petrobrás está efetuando descontos do adicional implementado por interesse da companhia e cujos valores foram recebidos em boa-fé pelos trabalhadores. Tudo isso sem qualquer debate ou negociação com as representações sindicais.
A FUP enfatizou que a responsabilidade em relação a esse processo é integral da empresa e cobrou uma solução negociada que pacifique esse problema criado pela antiga gestão e que levou os sindicatos a recorrerem à justiça com ações que estão sendo favoráveis aos trabalhadores.
A Gerência de RH afirmou que a posição da empresa é de manutenção das cobranças dos valores do APT para os trabalhadores que não comprovaram o pagamento de aluguel ou hospedagem, mas informou que irá consultar as outras instâncias da Petrobrás sobre a possibilidade de suspensão dos descontos, conforme reivindicado pela FUP.
Da comunicação da FUP