Estudo sobre saúde, trabalho e ambiente na indústria de petróleo e gás foi apresentado no 2° SIMBRASTT

Trabalho desenvolvido por sindicatos de petroleiros em parceria com a Fiocruz foi exibido no 2° Simpósio Brasileiro de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora

Com o objetivo de que os petroleiros e petroleiras melhor compreendam as relações entre saúde, trabalho e o ambiente na indústria do petróleo, os Sindipetros do Paraná e Santa Catarina, Norte Fluminense e Rio de Janeiro, em parceria com o Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/Ensp/Fiocruz), desenvolveram um programa de formação em Saúde do Trabalhador.

 

O resultado desse estudo foi exposto no 2° Simpósio Brasileiro de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, realizado nos dias 19 e 20 de novembro, em Salvador (BA). A atividade formativa aconteceu de maneira articulada entre os sindicatos e os petroleiros, considerando as especificidades de cada função. Tal parceria foi fundamental para que as questões trabalhadas estivessem conectadas com as situações concretas do dia-a-dia da categoria.

 

O Programa contou com duas turmas, uma em 2019 no modo presencial e outra em 2020/2022, de forma remota por conta da pandemia. No total, participaram 61 petroleiros dos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco. O curso teve 7 módulos, totalizando 115 horas/aula.

 

Cabe destacar que o companheiro Faissal Bark, ex-diretor do Sindipetro PR e SC e militante da causa da saúde do trabalho, falecido em 2021 vítima de Covid-19, foi um dos alunos da primeira turma.

 

Carlos Alberto Bernardini, trabalhador da Repar e diretor do Sindipetro PR e SC, foi um dos coordenadores da segunda turma, após participar como aluno da primeira. Segundo ele, “o modelo formativo foi bem sucedido. Além de transmitir conhecimento através da metodologia aplicada, criou um espaço de conexão para o diálogo, trocas de experiências e dos saberes formais entre os trabalhadores”, avaliou.

 

A análise do relatório do programa apontou que apesar da indústria petroleira estimular e investir na formação continuada, ainda existe a demanda de discutir as relações entre saúde e trabalho pelo ponto de vista da atividade laboral. O estudo indicou que os petroleiros vêm sofrendo fortes pressões por parte da indústria no sentido de desmobilizar e enfraquecer todas as suas lutas e reinvindicações.

 

A conclusão foi de que diante de um cenário tão cerceado pela gestão da empresa, torna-se de extrema importância o movimento que os sindicatos tem feito para construir espaços de conexão, como esses que ocorrem no programa de formação.