FafenResiste: Ocupação, companheirismo e muita luta pela frente

Familiares e amigos dos trabalhadores da Araucária Nitrogenados (Ansa/Fafen-PR) demonstraram unidade, solidariedade e disposição para a resistência, no último domingo (26)

 

A luta na Fafen-PR é permanente. Mas, no último domingo (26), o caldo engrossou com alguns ingredientes extras. E é bem provável que esse sétimo dia de ocupação comece com mais fôlego depois de ontem. Isso porque a união deu o tom durante o almoço solidário em frente a fábrica, em Araucária.

 

Quem foi até a Fafen-PR, compartilhou do verdadeiro espírito de unidade e solidariedade. Afinal, eram famílias, crianças e amigos reunidos na luta em defesa dos mil trabalhadores que podem perder seus postos de trabalho como consequência de uma decisão ilegal da atual gestão da Petrobrás.

 

Domingo na Fafen-PR

 

Como frisou o dirigente do Sindipetro PR e SC, Alexandro Guilherme, “esse é o momento de estarmos todos juntos, mostrando o verdadeiro companheirismo”. E foi o que aconteceu no último domingo (26).

 

Por isso, pode-se dizer que foi um “protesto raiz” na Fafen-PR. Afinal, eram centenas de trabalhadores juntos, dividindo o pão, regados ao saboroso almoço preparado pelos trabalhadores, e discutindo política.

 

Além disso, teve trilha sonora com a banda Sr. Barão, que faz um punk rock diretamente de Araucária e tem um integrante que é dirigente do Sindiquímica-PR, o companheiro Paulo Antunes.

 

No fim, o domingo foi de união. Trabalhadores e suas famílias, ao lado dos sindicatos e representantes políticos, protagonizaram um momento ímpar de resistência na porta da fábrica.

 

Para o Sindipetro PR e SC, ninguém vai largar a mão de ninguém e, toda categoria, FUP e demais sindicatos, jamais concordarão com o que está acontecendo com os trabalhadores da Fafen-PR.

 

Intimidação

 

Na ocupação, os informes dos sindicatos são feitos toda hora e muito se discute sobre o futuro dos trabalhadores. Uma das situações que mais causou indignação tratava da denúncia grave que o Sindiquímica-PR fez em 24 de janeiro, no MPT-PR, quando os dirigentes do sindicato relataram que a atual gestão da Petrobrás, numa ação fascista, levou capangas armados para audiência no dia.

 

Uma clara tentativa de intimidação que foi registrada na ata da audiência, pois causou indignação dos procuradores por tamanha afronta ao sindicato e ao MPT. Para o Sindiquímica-PR, isso não irá mudar os trabalhos em busca de alternativas para evitar a demissão sumária de mil trabalhadores da Fafen-PR.

 

Greve

 

Após o anúncio das demissões em massa e fechamento da Araucária Nitrogenados, assembleias dos trabalhadores da Petrobrás decidem os próximos passos.

 

A categoria está mobilizada, realizando atos nacionais contra as demissões na Fafen-PR e pelo respeito ao Acordo Coletivo de Trabalho.

 

As assembleias, para que os petroleiros e petroleiras se posicionem sobre o indicativo de greve em primeiro de fevereiro, estão sendo realizadas  até 28 de janeiro.

 

Já no dia 29, a FUP e seus sindicatos voltam a se reunir no Conselho Deliberativo para encaminhar a decisão da categoria.

 

Confira AQUI o calendário de assembleias do Sindipetro PR e SC.

 

Luta!

 

Na luta de classes, todos estão envolvidos. Hoje, é Araucária, com a hibernação da Fafen-PR e a tentativa de privatizar a Repar representam o fim de milhares de empregos, destruição de uma economia regional e, consequentemente, impactos sociais alarmantes.

 

Por isso, duas palavras são protagonistas nesse momento de tensão: companheirismo e luta.

 

A origem das duas palavras é do latim. O “cum panis” é aquele companheiro que divide o pão, senta em nossa mesa e compartilha ideias. Soma-se a isso palavra luta.

 

Também do latim, o termo vem de “lucta”, derivado de “luita”, que significa originalmente combate entre duas pessoas (com ou sem armas).

 

Agora, traga tudo isso para nosso momento, companheiro de luta, entenda que, na luta de classe, “essas duas pessoas” são você e o capital. E nossas armas são as mobilizações e as greves.

 

Portanto, haverá resistência. Capangas não intimidam os trabalhadores. Na verdade, quem põe medo nesses caras é a categoria unida e mobilizada. E é assim que prosseguiremos mostrando a força da classe trabalhadora.