A FUP e seus sindicatos se reuniram em Guarulhos (SP), nesta sexta-feira, 21, na terceira reunião do Conselho Deliberativo do atual mandato da Federação, para definir os próximos encaminhamentos em relação à campanha reivindicatória da categoria. Dando continuidade às estratégias propostas e discutidas no Seminário Nacional Preparatório de Greve, as lideranças e militâncias sindicais das bases da FUP indicam aos trabalhadores que intensifique as mobilizações para pressionar a Petrobrás e subsidiárias a atenderem às reivindicações da categoria. Os trabalhadores avaliarão nas assembléias permanentes os indicativos de greve por tempo indeterminado e com parada e controle de produção a partir do dia 16 de novembro, se não houver avanço nas negociações, e paralisações surpresa nas próximas semanas, em dias e em unidades que serão discutidos pelos sindicatos, de forma estratégica, com as militâncias nas bases e divulgados pela Federação durante o movimento. Além disso, o calendário de luta inclui mobilizações por segurança em todo o Sistema Petrobrás a partir de 27 de outubro. O Conselho Deliberativo também definiu o dia 10 de novembro como prazo final para conclusão das negociações.
“Operação Gabrielli”
Seguindo as orientações do presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, durante o Fórum Nacional de Práticas de SMS, realizado no dia 06 de setembro com a FUP e sindicatos, o Conselho Deliberativo indica aos trabalhadores que cumpram todos os procedimentos de segurança em todas as atividades do Sistema. Essas operações padrões serão realizadas a partir do dia 27, com o nome de “Operação Gabrielli”. Será mais uma forma contundente de protesto e mobilização por condições seguras de trabalho, já que são s gerências que descumprem, rotineiramente, a legislação e a disciplina operacional, para atingirem as metas corporativas de produção, e não os trabalhadores, como acusou o presidente da empresa. Por isso é importante, também que os trabalhadores deverão denunciar aos sindicatos e à FUP o nome dos gerentes que agem desta forma.
Próxima rodada de negociação é no dia 27
A Petrobrás agendou para o próximo dia 27 mais uma rodada de negociação com a FUP, onde propõe discutir apenas as questões econômicas. A Federação, no entanto, levará à mesa também questionamentos e cobranças em relação às cláusula sociais e, por isso, irá propor a continuidade da negociação no dia 28. A empresa não respondeu às principais reivindicações dos petroleiros referentes à defesa da vida, à melhoria dos benefícios e ao fim da precarização das condições de trabalho dos terceirizados, nem sequer discutiu as reivindicações da categoria de ganho real. Além disso, a Petrobrás não respondeu a pauta da categoria em relação aos capítulos de segurança no emprego; planejamento, recrutamento e seleção de pessoal; condições de trabalho; inovações tecnológicas e relações sindicais.
Solidariedade e apoio à greve dos aeroportuários contra a privatização
A reunião do Conselho Deliberativo foi estrategicamente realizada em Guarulhos, em solidariedade e apoio à greve de 48 horas dos aeorportuários contra o projeto privatista do governo federal de concessão à iniciativa privada de parte do controle acionário dos aeroportos de Cumbica (Guarulhos), Viracopos (Campinas) e de Brasília. Além disso, o projeto acaba com o controle estatal sobre um setor estratégico, ao retirar da Infraero as atividades fim dos aeroportos: operação, segurança, carga e navegação aéreas, controle de tarifas e manutenção e engenharia especializada.
A greve de 48 horas realizada pelos aeroportuários teve início à zero do dia 20, nos três aeroportos ameaçados de privatização. Em Cumbica, os dirigentes da FUP e de seus sindicatos somaram-se à manifestação realizada pela categoria, com apoio e participação da CUT. No último dia 07, cerca 1.500 trabalhadores e militantes que participaram da 13a Plenária Nacional da CUT já haviam realizado um grande ato público contra a privatização no mesmo aeroporto. Na ocasião, o coordenador da FUP, João Antônio de Moraes, falou em nome das demais federações que participaram da Plenária e condenou veementemente todas as formas de privatização, ressaltando a luta da categoria petroleira para barrar os leilões de petróleo.