Gerência da Fafen-PR impõe tratamento desigual aos trabalhadores grevistas

Isonomia para todos os funcionários é um princípio que a Petrobrás deveria cumprir em todas as suas unidades, no entanto não é isso o que ocorre na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR) em Araucária. Desde o início da greve da categoria, no último dia 1º, os gestores da unidade têm tratado seus trabalhadores de forma desigual.

 

A diferenciação começou já nos primeiros dias do movimento paredista, com os trabalhadores do turno das 15h de domingo (1º). Ao fim da jornada de 8 horas diárias, os gestores da empresa decidiram dispensar do trabalho apenas os empregados que fazem parte da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas no Estado do Paraná (Sindiquímica-PR), mantendo os demais funcionários dentro da unidade para evitar a parada.

 

“A gerência foi até o painel com uma carta nos dispensando [os três dirigentes sindicais] e dizendo que, se não saíssemos, iríamos sofrer punições da empresa. Argumentamos e colocamos que se nós saíssemos todos os 31 do grupo iriam sair também. Daí eles rasgaram a carta e nos deixaram lá dentro por 24h até entrar a contingência”, conta o diretor do Sindicato Ademir Jacinto da Silva.

 

Para os trabalhadores do grupo, o tratamento discriminatório aos dirigentes contribuiu para que eles se unissem ainda mais e parassem 100% da produção da unidade. “Isso mostra a força que os trabalhadores têm e que não vamos nos sujeitar a qualquer coisa que tentam nos impor”, frisa um petroquímico do grupo.

 

Mesmo com a parada da produção, a gerência continuou pressionando alguns trabalhadores a voltar às atividades em troca de horas-extras e tratamento privilegiado, como refeições melhores, entre outros.

 

Na manhã desta terça-feira (10), data em que é realizado o pagamento dos vales, a empresa confirmou novamente seu tratamento desigual e pagou apenas aqueles que furaram a greve e se mantiveram do lado da gerência.

 

No entanto, de acordo com a diretoria do Sindiquímica-PR, no período de greve – decisão soberana tomada pelos trabalhadores em Assembleia – o contrato de trabalho com toda a categoria é suspenso, sendo assim, não caberia o pagamento apenas aos trabalhadores que estão furando o movimento grevista.

 

“Legalmente temos o contrato suspenso durante o período de greve, então é um absurdo que a empresa pague só os que estão indo contra a decisão da categoria. Vamos analisar e tomar as medidas necessárias contra isso”, frisa o diretor do Sindicato Reginaldo Fernando Lopes da Silva.

 

NEGOCIAÇÕES

Ao ver a força nacional e a adesão maciça dos trabalhadores ao movimento grevista, no dia 9, pela primeira vez após o início da paralisação, a Petrobrás chamou a Federação Única dos Petroleiros (FUP) para dialogar e negociar a Pauta pelo Brasil, reivindicada pelos trabalhadores.

 

Após ignorar a pauta por quatro meses e empurrar a categoria para a greve nacional, a Petrobrás continuou resistente aos itens reivindicados pelos trabalhadores. Sem chegar a um acordo e depois de a empresa cancelar a reunião de ontem (10), a greve continua!

 

Fonte: Sindiquímica-PR