Sindicato questiona metodologia e mostrou as principais queixas com relação à qualidade da comida servida na refinaria
A alimentação servida na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) foi o tema tratado em reunião na última sexta-feira (19) com a nova gerente do SOP (Suporte Operacional), Ana Paula Pacheco.
Os representantes do Sindipetro Paraná e Santa Catarina apresentaram a série de problemas relatados por trabalhadores sobre a alimentação. Em resumo, a péssima qualidade de frutas, verduras e dos pratos quentes servidos, bem como a limitação das opções e a “novidade” do porcionamento de proteína animal (200g por pessoa).
A gerente informou que agora os contratos são padronizados no Sistema Petrobrás através do NEC (Núcleo de Excelência em Contratos) e isso implicou na perda de autonomia da gerência local para modificar os acordos com as prestadoras de serviços, cabendo apenas a cobrança sobre o cumprimento das cláusulas.
Dessa forma, o porcionamento da proteína animal e utilização de massas recheadas como parte da porção, a disponibilização de sobremesa em dias alternados e o cardápio extremamente limitado nas épocas de parada de manutenção estão previstos no atual contrato.
Apesar de todas as reclamações que o Sindicato apresentou, a gerente comunicou na reunião um índice de satisfação com a alimentação de 68% no mês de novembro e 73% em dezembro. Essa pesquisa é realizada através de toten na saída do restaurante.
O Sindicato, por sua vez, questionou essa metodologia porque não há controle de participação, permitindo que qualquer pessoa possa votar quantas vezes bem entender.
O Sindipetro ainda solicitou o repasse à entidade das denúncias que chegam ao fiscal de contrato da alimentação e que as reuniões entre empresa e Sindicato sobre alimentação sejam periódicas. A empresa ficou de se posicionar sobre essas reivindicações.
Diante do resultado da reunião, o Sindicato orienta que todos que estão insatisfeitos com a comida servida, ou que observarem algum problema relativo à alimentação, encaminhem suas demandas para a chave do fiscal do contrato (Chave SXRE) e para o restaurante (ARXX), inclusive com cópia para o Sindicato (denuncia@sindipetroprsc.org.br).
Cabe ressaltar que a alimentação de qualidade bastante questionável é um dos reflexos da política de governança da Petrobrás na gestão de Pedro Parente. Todos os contratos de prestação de serviços tiveram redução média entre 30% e 50%, o que arrochou os salários dos terceirizados e piorou muito a qualidade dos serviços prestados.
O transporte também seria pauta dessa reunião, mas não houve tempo hábil para tratar do tema, que deverá ser abordado numa próxima ocasião.
Alimentação na Parada
Segundo a gerente, os problemas relatados com relação às refeições durante a parada de manutenção, como filas e comida insuficiente, ocorrem devido a falhas na comunicação entre as contratadas e a gestão do restaurante, pois a programação da quantidade de refeições é feita diariamente, inclusive com uma margem superior de segurança.
O Sindicato apontou que se trata de um grave problema. Um exemplo da incompetência do controle das refeições aconteceu na noite do último sábado (20), quando cerca de 50 trabalhadores foram jantar, mas só havia comida programada para 18 pessoas. Tal fato evidencia a desorganização da gestão da refinaria durante a parada de manutenção.