Gestão da Repar é irresponsável

Demanda reduzida coloca trabalhadores em risco e fere cláusula do ACT

 

Dia primeiro de janeiro de 2020 marcou mais uma etapa do que pode ser definido como demonstração de irresponsabilidade por parte da gestão da Repar. Isso porque a atual administração da Petrobrás resgatou uma ferramenta para reduzir efetivos profissionais de forma deliberada. Esse processo aparece agora com o nome de Demanda Reduzida.

 

O procedimento não é novo, já que o nome ‘demanda reduzida’ está previsto no estudo da empresa desde 2017, chamado O&M. Trata-se de redução, em mais de 20%, do efetivo de turno. Porém, passado tanto tempo, a empresa retoma a prática sem fazer um estudo de caso atualizado, como o fez naquele período, ou seja, sem verificar a  carga de trabalho dos operadores atualmente (2020).

 

Outro agravante é que tal procedimento foi implementado sem qualquer comunicado prévio ao Sindipetro PR e SC, o que configura descumprimento de cláusula 86, que trata do Efetivo de Pessoal, do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) vigente.

 

O Sindipetro PR e SC define essa atitude como uma irresponsabilidade da gestão da refinaria. “Este processo de redução de postos de trabalho não é transparente e gera insegurança, principalmente em relação a atuação dos operadores quando ocorrer uma emergência operacional”, explica Thiago Olivetti, dirigente do sindicato.

 

Irresponsabilidade => A atual gestão da Repar não seguiu procedimentos internos do Petrobrás de Gestão de Mudanças. Também não houve investigação prévia sobre os cenários de riscos quando em demanda reduzida, nem atualizações operacionais para realização dessa atividade.

 

Denúncias

 

Uma das consequências desse processo obscuro é que os trabalhadores da Repar estão totalmente inseguros e sem informações. Pelo jeito, nem a própria gestão da refinaria consegue explicar como será a atuação dos operadores quando ocorrer alguma emergência.

 

Informações da base que chegam ao sindicato revelam um clima de insegurança generalizado na unidade. O sindicato alerta para uma tragédia anunciada: “parece que apenas quando ocorrer alguma fatalidade estes gestores irão aprender a respeitar a vida das pessoas”, completa Olivetti. 

 

Levantamento feito pelo Sindipetro PR e SC demonstra que hoje existe um déficit de quase 100 pessoas nos setores que compõe os grupos de turno, sem contar as saídas através do Programa de Demissão Voluntária (PDV 2019), aposentadorias, demissões acordadas e transferências.

 

Esse absurdo é mais um motivo para a categoria deflagrar uma greve por tempo indeterminado (CALENDÁRIO DE ASSEMBLEIAS AQUI). É a defesa da segurança no trabalho, da saúde e da vida de todos. Isso vale a luta!