Governo Bolsonaro prejudica famílias de baixa renda ao acabar com subsídio no gás de cozinha

A medida foi criada durante o governo Lula. O objetivo era beneficiar o povo pobre que paga caro pelo botijão de gás. Subsídio ao gás de cozinha (GLP) era praticado pela Petrobras desde 2005

 

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), ligado ao Ministério das Minas e Energia, publicou (29) resolução que extingue subsídio ao gás de cozinha (GLP) praticado pela Petrobrás desde 2005. A medida beneficia os interesses do mercado e das multinacionais, que estão de olho nas refinarias da Petrobrás, colocadas à venda pela atual gestão.

 

A FUP e o Sindicatos filiados alertavam desde 2016, quando o então presidente da Petrobrás, Pedro Parente, vinculou os preços dos derivados de petróleo às cotações em dólar do barril internacional. Quem paga o preço dessa agenda neoliberal é o povo brasileiro.

 

Entenda os motivos que fizeram o preço do gás disparar

 

A internacionalização dos preços dos derivados de petróleo nas refinarias da Petrobrás teve início em outubro de 2016, após o golpe que resultou no impeachment da presidenta Dilma Rousseff. No ano seguinte, os reajustes passaram a ser diários e a então gestão Pedro Parente alterou também a política de preços do GLP de uso residencial.

 

Os preços dispararam, satisfazendo o mercado financeiro e os acionistas privados. O botijão do gás de cozinha, que custava cerca de R$ 40 em 2013, hoje ultrapassa R$ 70. Nas refinarias, o aumento do GLP foi de 94%, enquanto a inflação do período girou em torno de 41%.

 

Esse alinhamento internacional dos preços de derivados faz parte do projeto de quebra e privatização do Sistema Petrobrás. Esse processo ocorre desde 2016 e foi intensificado no governo Bolsonaro. Como já aconteceu com a BR Distribuidora e a TAG.

 

Além disso, oito refinarias foram colocadas à venda e quatro delas estão com propostas de compra, que inclui a entrega de 1.506 quilômetros de dutos e 12 terminais. O feirão da Petrobrás inclui ainda campos de petróleo, fábricas de fertilizantes, termoelétricas, usinas de biodiesel e vários outros ativos.

 

O resultado desse desmonte é um país cada vez mais dependente do mercado internacional, com a indústria destruída, desemprego recorde, preços dos combustíveis entre os mais caros do mundo e a soberania ameaçada.

 

Via FUP.