A greve geral convocada pela CUT, demais centrais sindicais e frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo para esta sexta-feira (28) parou o Brasil. Foram registradas adesões das mais diversas categorias de trabalhadores em quase todas as capitais e principais cidades do país.
A retirada de vários direitos da classe trabalhadora através das reformas trabalhista e previdenciária foi a razão da mobilização nacional. Sem ouvir a sociedade, o governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB) impõe uma agenda de retrocessos ao país e agora começa a enfrentar de fato a resistência da classe operária.
Os petroleiros aderiram à greve geral de norte a sul do país. Nas bases de representação do Sindipetro Paraná e Santa Catarina foram realizados diversos protestos. “Nossa categoria sempre esteve engajada nos grandes movimentos nacionais e desta vez não foi diferente. Ainda é cedo para avaliar os efeitos da greve geral, mas estou muito satisfeito com a mobilização nas nossas bases. Temos que estar organizados e preparados porque os embates certamente continuarão e só com muita luta sairemos vencedores”, disse Mário Dal Zot, presidente do Sindipetro PR e SC.
Confira como foram as mobilizações nas bases:
Araucária
A Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, certamente teve uma das maiores mobilizações de sua história. Um grande dia de luta foi organizado pelo Sindipetro, juntamente com os sindicatos Sindiquímica-PR e Sindimont, assim como os movimentos sociais Levante Popular da Juventude e MST.
Ainda era de madrugada quando as vias marginais da BR 476 (Rodovia do Xisto) foram bloqueadas na região da Repar e Fafen-PR, o que incentivou a participação de trabalhadores de outras unidades industriais da região na greve geral. Por volta das 09h00, a coordenação do protesto resolveu impedir o trânsito também na Rodovia.
Tudo ocorria normalmente, sem grandes tensões, até que motos da Guarda Municipal de Araucária apareceram para escoltar uma pessoa que estava em outra motocicleta. Avançaram para cima das pessoas no bloqueio e houve um princípio de confusão. O escoltado sacou uma pistola e apontou para cima, gesto repetido pelo guardas, o que gerou muita apreensão. Os manifestantes deixaram o comboio seguir para evitar conflito.
Logo em seguida apareceram novas viaturas da Guarda de Araucária, com um efetivo de 15 oficiais. Informaram que a pessoa escoltada seria um juiz e que estavam ali para auxiliar a Polícia Rodoviária Federal. A coordenação do protesto organizou uma assembleia com os trabalhadores e foi decidido que o bloqueio da Rodovia terminaria ao meio-dia.
Liberada a Rodovia do Xisto, os sindicatos realizaram novas assembleias com suas respectivas bases. Os petroleiros decidiram que manteriam a paralisação até a próxima troca de turno.
Paranaguá
Os petroleiros do Tepar decidiram paralisar as atividades em uma hora no início do expediente, quando aconteceu um Bate-Papo sobre os prejuízos das reformas para os trabalhadores.
A greve geral em Paranaguá também contou com uma manifestação que iniciou na frente do Porto e seguiu em carreata até a Praça Central, entre 06h30 e 14h00, da qual participaram petroleiros, metalúrgicos, professores, estudantes, vigilantes, portuários, rodoviários, trabalhadores dos ramos da saúde e alimentação. O Porto de Paranaguá ainda teve suas atividades paralisadas e só devem ser retomadas às 19h00.
São Mateus do Sul / São João do Triunfo
Petroleiros da Usina do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul, decidiram participar da manifestação regional, realizada no município de São João do Triunfo. Lá, se reuniram com professores, trabalhadores rurais e militantes de movimentos sociais, bem como metalúrgicos da cidade de Ponta Grossa. O protesto reuniu cerca de mil pessoas e bloqueou o trevo da PR 151 por aproximadamente duas horas.
Itajaí, Biguaçu e Guaramirim
O Sindipetro organizou paralisações nos Terminais Transpetro de Itajaí, Biguaçu e Guaramirim para debater com os petroleiros sobre as reformas e formas de resistência. Em Guaramirim ainda houve um protesto que bloqueou a BR 280, do qual também participaram indígenas e integrantes da Frente Brasil Popular. As pautas da demarcação de terras e pelo fim da violência do Estado também foram levantadas.
São Francisco do Sul e Joinville
No Terminal Transpetro de São Francisco do Sul ocorreu paralisação das 12h30 às 16h00, com distribuição de material sobre as reformas e debate com os petroleiros. Já no Ediville, em Joinville, o movimento foi de pouco mais de meia hora, também com panfletagem e discussão.