Labaredas na Repar: uma história mal contada

Foto: Lineu Filho

 

O caso das enormes labaredas que saíam das tochas da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na noite de ontem (13), causou preocupação aos moradores do entorno da unidade e chamou a atenção da população dos bairros da zona sul de Curitiba. Os clarões no céu puderam ser observados de longas distâncias.

 

Muitas versões apareceram na imprensa, desde “incêndio gigante” a “procedimento padrão”. O acontecimento evidenciou dois problemas recorrentes na Repar: comunicação e segurança. Com relação à comunicação, a Petrobrás passou por uma reestruturação interna que acabou extinguindo essa gerência na Refinaria. A ausência de uma resposta rápida e oficial abriu caminho para informações desencontradas.

 

Ainda na noite de ontem, o Sindicato buscou informações diretamente com a gestão da Repar e a resposta foi de que os fortes ventos causaram uma instabilidade operacional. As rajadas destelharam a casa das grandes máquinas da U2200 (Unidade de Craqueamento Catalítico). Alguns fragmentos de telhas atingiram o intertravamento do compressor de gases C2201. A situação levou ao desvio de cerca de 5 mil m³ de gasolina e gás liquefeito de petróleo (GLP) que foram incinerados nas tochas, gerando as enormes labaredas. Cabe ressaltar que esse é o procedimento adequado para esse tipo de ocorrência anormal.

 

A versão da empresa sobre o caso de ontem ressalta ainda os problemas de segurança. Em 2012 houve outro destelhamento na U2200 após vendaval e não foram tomadas ações que evitassem a reincidência. Não é admissível que uma simples ventania coloque em risco as operações da refinaria, os trabalhadores e a comunidade do entorno da unidade industrial.