A Frente Brasil Popular e o Fórum de Lutas 29 de Abril, organizações que reúnem entidades da sociedade civil, sindicatos, fundações e partidos, convocaram protestos no último sábado (3) e conseguiu mobilizar diversas pessoas em várias capitais, como Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza, Belo Horizonte, João Pessoa, Recife, Porto Alegre, Salvador e Teresina.
A defesa da Petrobrás foi o grande mote das manifestações. A data foi escolhida por marcar o aniversário de 62 anos da estatal petrolífera brasileira. A luta contra as privatizações e o ajuste fiscal, e a defesa das liberdades democráticas também estavam na ordem do dia.
Para Anacélie Azevedo, diretora do Sindipetro Paraná e Santa Cataria e secretária da mulher trabalhadora da CUT Paraná, a Petrobrás é o grande patrimônio do povo brasileiro e muito maior do que os casos de corrupção que envolvem ex-diretores da empresa e de empreiteiras. “Somos totalmente contra a corrupção, mas os corruptos é que devem ser punidos, e não as empresas”, disse em alusão aos milhares de empregos perdidos nas obras paralisadas em decorrência das investigações da Operação Lava Jato. “A Petrobrás deve seguir investindo em tecnologias para o pré-sal e no conteúdo nacional, que estabelece a compra de equipamentos e serviços de empresas brasileiras, responsável por gerar emprego e renda no país. Temos que afastar a possibilidade de venda de ativos e patrimônio da empresa, porque é uma forma de privatização disfarçada”, completou.
A luta contra as privatizações foi um tema bastante explorado na manifestação em Curitiba porque as estatais Copel (energia elétrica) e Sanepar (água e saneamento) também correm o risco de serem apropriadas pela iniciativa privada. A intenção de privatizar as estatais chegou a ser anunciada pelo secretário estadual da Fazenda, Mauro Ricardo Costa e pode acontecer, pois estava prevista no “pacotaço” enviado pelo governador Beto Richa (PSDB) à Assembleia Legislativa. Neste caso, ações das empresas seriam vendidas ao mercado. A possibilidade fez com que movimentos sociais organizassem a “Frente Parlamentar em Defesa das Empresas Públicas Paranaenses”.
Em Santa Catarina, a Frente Brasil Popular organizou manifestações em Blumenau e Joinville, além da capital Florianópolis. O diretor do Sindipetro Paraná e Santa Catarina André Luis dos Santos participou do ato em Joinville e destacou os significativos investimentos oriundos da Petrobrás no fomento da educação e da saúde. “Isso evidencia o quanto a Petrobrás atua no desenvolvimento social e não pode ser submetida à lógica de mercado”, afirmou.
A Frente Brasil Popular foi lançada no dia 05 de setembro, em uma grande plenária realizada na cidade de Belo Horizonte, com o objetivo de resistir ao avanço do conservadorismo ideológico no país, decorrente de ações da direita extremista, e colocar a pauta dos movimentos na agenda nacional. Já o Fórum de Lutas 29 de Abril tem finalidades semelhantes, mas também destaca o massacre aos servidores públicos do Paraná pela ação do governo Beto Richa naquela data e é um instrumento de articulação das lutas populares no Paraná.