Assembleias irão deliberar sobre greve nacional no dia 26 de março para barrar o movimento crescente e autoritário de ataques aos direitos coletivos, de desrespeito aos fóruns de negociação e de guerrilha jurídica da atual gestão da Petrobrás contra os trabalhadores
[Da comunicação da FUP]
Após duas tensas reuniões esta semana com a Petrobrás sobre teletrabalho e remuneração variável, frente à divulgação dos resultados financeiros de 2024, a FUP e seus sindicatos debateram em Conselho Deliberativo nesta quarta (12) a necessidade de ampliar e aumentar as mobilizações contra as arbitrariedades da gestão Magda. As direções sindicais estão indicando a realização de assembleias para aprovação de uma greve nacional de 24 horas no dia 26 de março para barrar o movimento crescente e autoritário de ataques aos direitos coletivos, de desrespeito aos fóruns de negociação e de guerrilha jurídica da Petrobrás contra os trabalhadores.
É inadmissível que em um governo de reconstrução da estatal, a diretoria da empresa intensifique a política de superdividendos herdada do governo Bolsonaro, distribuindo 207% do lucro aos acionistas privados. Um percentual recorde jamais praticado na história da Petrobrás que sacrifica o projeto de desenvolvimento nacional. Além disso, a gestão afronta a categoria, ao querer reduzir em 30% a PLR em relação ao que foi apresentado aos trabalhadores nos simuladores, em dezembro, durante uma mesa de negociação em que faltou transparência e boa-fé negocial por parte da empresa.
Da mesma forma, é inaceitável a intransigência da gestão Magda ao insistir em reduzir os dias de teletrabalho, atropelando os fóruns de negociação coletiva, o que é um retrocesso na retomada do diálogo e da boa-fé negocial que haviam sido rompidos no governo Bolsonaro. As mobilizações históricas em janeiro e fevereiro nos escritórios da Petrobrás em todo o Brasil fizeram com que a empresa abrisse um canal de negociação com as entidades sindicais. No entanto, a gestão Magda segue pressionando petroleiras e petroleiros a assinar os Termos Individuais de Adesão ao novo modelo de teletrabalho imposto à revelia, enquanto negocia com as representações sindicais. Ou seja, mais uma afronta à categoria.
O que está em curso é a tentativa de enfraquecimento dos fóruns de negociação coletiva, em pleno processo de reconstrução dos Sistema Petrobrás e dos direitos da categoria que foram atacados no período de desmonte da empresa. O movimento da gestão da Petrobrás deveria ser o oposto, pois sempre que a nossa estatal esteve sob ataque e risco de privatizações, foram os trabalhadores e trabalhadoras que estiveram na linha de frente da defesa da empresa e da soberania nacional. Não por acaso, o fortalecimento dos direitos coletivos ocorreu em períodos de crescimento do Sistema Petrobrás, com exceção da ditadura civil militar.
Portanto, a FUP e seus sindicatos convocam a categoria petroleira a responder à altura os ataques da gestão Magda, aprovando greve nacional de 24 horas em todo o Sistema Petrobrás, de advertência contra os desmandos da atual gestão e por respeito e avanços nos fóruns de negociação coletiva.
Indicativos para as assembleias:
Greve nacional de 24 horas no dia 26 de março, contra a postura da gestão da Petrobrás com os trabalhadores e pelo fortalecimento das negociações coletivas pautadas abaixo:
- Defesa do teletrabalho com regramento negociado coletivamente;
- Contra a redução da remuneração variável dos trabalhadores;
- Por recomposição dos efetivos;
- Por segurança em todo o Sistema Petrobrás, nas prestadoras de serviço e no período de manutenção e partida da Fafen PR;
- Pelo fim dos equacionamentos da Petros;
- Por um plano de cargos e salários justo e isonômico.