Maternidade é revolução

Para o dia das mães deste ano, o Sindipetro PR e SC convida a categoria a refletir sobre a maternidade.

As mulheres modernas quando se tornam mães passam a questionar uma série de violências que estão vinculadas diretamente ao patriarcado e à sociedade capitalista. O acúmulo de tarefas, uma realidade que atravessa a vida de todas as mulheres, se acentua ainda mais na maternidade.

 

É no cotidiano que a sobrecarga de trabalho mora. Todos os dias as preocupações aparecem, seja com a alimentação, com o peso, crescimento, saúde, educação, moradia, creche… enfim, uma lista interminável e essencial para manter uma criança viva e saudável, e que infelizmente nem todas têm acesso.

 

O pouco, ou nenhum, comprometimento paterno e a falta de uma rede de apoio faz com que muitas mães assumam sozinhas a responsabilidade de criar e garantir a existência de um novo ser humano para o mundo. E de longe, isso não é pouca coisa.

 

O custo de vida está alto, a inflação é a maior dos últimos 28 anos, o estimulo ao consumo de produtos desenvolvidos para o público infantil são caros, e não conseguir proporcionar o necessário para os filhos gera sentimento de culpa.

 

De acordo com o IBGE, 9 em cada 10 famílias brasileiras com filhos de até 14 anos de idade e que contam com apenas um provedor são chefiadas por mulheres. São elas as mais afetadas pelo desemprego, inflação e, consequentemente, pela insegurança alimentar. Mães solo sofrem ainda mais essa dura realidade e representavam mais de 11,5 milhões das mães em lares com “arranjo familiar formado por responsável sem cônjuge e com filho(s) até 14 anos”.

 

Ter acesso a uma rede de apoio e ao consumo básico não deveria ser um privilégio. É preciso desconstruir a maternidade liberal, que reduz o direito da maternidade plena a um privilégio para poucas. Também é preciso desconstruir a maternidade patriarcal institucionalizada, que é violenta com as mulheres desde antes mesmo da concepção, quando nega acesso a informação, planejamento familiar, métodos contraceptivos e aborto seguro.

 

A maternidade revolucionária começa na escolha de ser mãe, no direito a um pré-natal e parto humanizados, sem violência obstétrica, no direito a licença maternidade remunerada para todas e na segurança de poder criar seus filhos com dignidade garantida pelo estado.

 

E mesmo diante de tantas carências, a maternidade pode torna a mulher mais empática. Se colocar no lugar do filho é um ato comum entre as mães e faz com que elas desejem lutar por uma sociedade mais justa e igualitária.

 

A vida é dura. E criar uma criança com afeto, respeito, coragem e sem violência é um processo cheio de potência que pode transformar o mundo. Ser mãe, com todos estes desafios, é um ato revolucionário.

Pesquisa e sorteio para mães petroleiras

Nesta sexta-feira (06), o Sindicato irá disponibilizar uma pesquisa direcionada às mães petroleiras. Participe e concorra a camisetas da Mama Bird Brasil