Milhares se manifestam em defesa da democracia no dia do aniversário do golpe

 

O país viu mais uma vez as suas ruas serem ocupadas por manifestações populares. Protestos em defesa da democracia e dos direitos trabalhistas e contra o golpe de estado em curso realizados nesta quinta-feira (31) reuniram pelo menos 800 mil pessoas em diversas cidades.

 

A maior manifestação aconteceu em frente ao Congresso Nacional, onde estavam 200 mil pessoas, segundo a Frente Brasil Popular, organização de entidades da sociedade civil que convocou os atos. A FUP e sindicatos filiados participaram com caravanas de seus respectivos estados, inclusive do Paraná e Santa Catarina.

 

O dia 31 foi escolhido em função da passagem dos 52 anos desde o golpe de 1964, que instaurou um regime militar autoritário e extremamente repressivo durante 21 anos no Brasil. “Não vamos permitir que a história se repita diante dos nossos olhos. Levou muito tempo e muita luta para retomar a democracia no país. Para nós, ela (democracia) tem um valor inestimável, pois custou centenas de vidas de companheiros que lutaram pela liberdade”, disse Mário Dal Zot, presidente do Sindipetro PR e SC, que esteve na marcha em Brasília.

 

Dal Zot também alertou para os riscos aos direitos que o golpe representa. “O pano de fundo dessa história é a retirada dos direitos da população. Querem um novo governo para acabar com a CLT, a soberania nacional e os direitos das minorias. O pior Congresso Nacional de todos os tempos os golpistas já têm. Só lhes falta um líder torpe no Executivo para concluir o pacote de maldades.  

 

A assessoria do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) realizou um levantamento das principais matérias tramitando no Congresso Nacional que, segundo a instituição, são uma ameaça à democracia e aos direitos conquistados ao longo de nossa história. São 55 projetos, muitos deles têm sido vendidos aos cidadãos como instrumentos para o desenvolvimento, como pontes para o futuro. Quando, na verdade, não são nada além de um túnel direto ao passado. “Um exemplo é o PLS 131, que agora tramita na Câmara como PL 4567. Ele retira a Petrobrás como operadora do pré-sal para jogá-lo direto nas mãos das grandes petrolíferas internacionais”, completou Dal Zot.

 

No Paraná, a maior manifestação aconteceu em Curitiba. Cerca de 5 mil pessoas não se intimidaram com a chuva e se reuniram na Praça Santos. Em Londrina o protesto da Frente Brasil Popular contou com mil pessoas. Também houve atos em Cascavel e Maringá. Já em Santa Catarina o protesto mais expressivo ocorreu em Florianópolis, com a participação de 3 mil pessoas. As cidades de Joinville e Chapecó também registraram atos públicos.