Moradores de rua e famílias cozinhando à lenha têm tudo a ver com a Lava Jato, afirmam palestrantes em lançamento de livro

“Operação Lava Jato: crime, devastação econômica e perseguição política”: livro foi lançado na noite de sexta-feira, 13, durante a IX Plenária Nacional da FUP, com debate sobre os impactos da Lava Jato na vida dos brasileiros.

[Por Nathan Camelo, da imprensa do Sindipetro CE/PI, com edição da FUP]

A programação de sexta-feira (13) da IX Plenária Nacional da FUP foi encerrada com o lançamento do livro “Operação Lava Jato: crime, devastação econômica e perseguição política”, que explica o estrago econômico, político e social provocado pela operação Lava-Jato, comandada pelo ex-juiz federal e ex-ministro do governo Bolsonaro, Sérgio Moro.

Fausto Augusto Júnior, coordenador técnico do Dieese, alerta que o que estamos vivendo hoje teve origem lá na Lava-Jato e por isso é tão necessário abordar esse tema e as consequências econômicas dessa operação, pois a vida real dos brasileiras foi alterada por conta disso: “Temos que fazer esse debate, pois eles irão se utilizar dessa operação para tentar desconstruir o presidente Lula. Nós precisamos fazer esses dados chegarem até a sociedade. A ideia de lançar o livro é essa. Precisamos que o conteúdo do livro chegue aos trabalhadores, esse debate não será simples, eles virão para cima da gente, temos que fazer o enfrentamento sério do que foi essa operação”, afirma.

Para Edson Carlos Rocha da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói/RJ e coordenador do Setor Naval da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), a Lava-Jato nada mais fez do que acabar com o emprego no Brasil. “As provas fraudadas que ela produziu foram todas desmascaradas até agora. Tem trabalhadores do Estaleiro Mauá com 30 anos de casa e espera indenização e a gente não consegue receber nenhum processo judicial contra o estaleiro, que poderia ser executado, mas a justiça não executa. A Lava-Jato destruiu a indústria naval no Brasil e precisamos de um governo que volte a reativar essa indústria”, finalizou.

Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil (CONTICOM), Claudio da Silva Gomes, ao invés de punir os corruptos, dava-se a oportunidade de delação e asfixiavam-se as empresas, impedindo que elas participassem de licitações e indo à falência, gerando desemprego. “O Brasil estava se destacando no mundo como exportador de obras de engenharia. Na África, no Oriente Médio, na Europa, e o imperialismo americano, quando começa a se incomodar com isso, começa a interferir, inclusive com espionagem e pressão nos governos. Grande parte das pessoas que hoje moram na rua e passam fome, já foram trabalhadores do setor da construção civil e naval, finalizou.