Obama chega ao Brasil de olho no pré-sal

 

Barack Obama chega ao Brasil, logo após os Estados Unidos terem aprovado na ONU medidas intervencionistas na Líbia. Por trás desta e de outras políticas imperialistas norte-americanas, está a disputa pelo petróleo. Na visita ao Brasil, não é diferente. Obama está de olho nas reservas do pré-sal e quer sair daqui com um acordo que mantenha o seu país abastecido por muitos e muitos anos. As revoltas populares que sacodem os países do Oriente Médio e do Norte da África colocam em xeque a geopolítica mundial do petróleo e refletem diretamente sobre os Estados Unidos, o maior consumidor do planeta.

Por mais simbólico que seja o Brasil receber o primeiro presidente negro dos Estados Unidos logo após termos eleito a primeira presidenta do país, não podemos nos calar diante das reais intenções dos Estados Unidos. O país norte-americano continua levando adiante uma política intervencionista e imperialista, que há décadas tem resultado em exclusão, miséria e violência ao redor do mundo. Por isso, os movimentos sociais estarão nas ruas, repudiando veementemente a presença de Obama e sua tentativa de se apropriar do pré-sal. Uma grande manifestação tomará conta do Rio de Janeiro durante sua passagem pela cidade.
O discurso do presidente norte americano ao povo brasileiro será realizado no dia 20 de março, mesma data em que os Estados Unidos invadiram o Iraque há oito anos. No Fórum Social Mundial realizado mês passado no Senegal, na África, os movimentos sociais definiram o 20 de março como o “Dia Mundial de Luta contra bases militares dos Estados Unidos”. Nesta data, haverá manifestações em vários países, exigindo um basta ao imperialismo e as invasões norte americanas.
Sob pressão, Obama e sua equipe recuaram e cancelaram o discurso que o presidente faria na Cinelândia, local de manifestações políticas históricas na luta pela democracia, pela soberania nacional e contra o imperialismo e o neoliberalismo. A Cinelândia foi palco, por exemplo, da Passeata dos Cem Mil e do movimento Diretas Já.

Diante da reação negativa e das manifestações de repúdio, o pronunciamento de Obama será realizado em local fechado, o que não impedirá o protesto dos movimentos sociais. Em alto e bom som, estudantes, trabalhadores, lideranças políticas e militantes dos mais diversos movimentos sociais repudiarão a política intervencionista e imperialista dos Estados Unidos, bem como a tentativa de apropriação do petróleo brasileiro. O pré-sal é um patrimônio do povo e é em benefício da nação brasileira que deve ser explorado e ter seus recursos aplicados, como defende a FUP e a CUT no Projeto de Lei 531/2009, que está em tramitação no Senado.