Relatos de trabalhadores dão conta de que os gestores propagam a aprovação das medidas adotadas pela empresa por parte dos dirigentes sindicais. É mentira!
Davi Macedo – Sindipetro PR e SC
Após muita, mas muita insistência do Sindipetro Paraná e Santa Catarina, a gestão da Repar aceitou uma vistoria sindical na área. A inspeção era cobrada desde o ano passado, com todas as solicitações devidamente registradas por ofícios, mas só foi realizada em 26 de março, após duas mortes por Covid-19 na refinaria – atualmente já são três companheiros falecidos.
Causa perplexidade o fato de os gestores da Repar alardearem que os dirigentes visitaram a unidade e aprovaram as medidas adotadas pela empresa. Trata-se de uma grande mentira. A discordância é latente, pois o Sindicato convocou posteriormente reuniões para debater a pandemia e a parada de manutenção com os trabalhadores da refinaria.
A fiscalização ocorreu mediante uma série de restrições impostas pela empresa. Foram os gestores que determinaram, por exemplo, os horários e áreas a serem inspecionadas. Inclusive surgiram denúncias de que o gerente de SMS acionou supervisores para preparar as áreas e esvaziar os locais que seriam visitados. Mesmo assim, o Sindicato encontrou várias situações de risco de contaminação pelo coronavírus.
O restaurante principal, por exemplo, sequer foi vistoriado. É um dos locais com mais risco de propagação do vírus diante da grande circulação de pessoas e da ventilação inadequada. Por mais que a gestão tenha feito mitigações, os trabalhadores não se sentem seguros. Tanto que boa parte opta por fazer refeições em estabelecimentos externos ou traz comida de casa.
Nas oficinas, de forma geral, foi também percebida ventilação inadequada e possibilidade de aglomerações. O transporte e as condições dos vestiários dos trabalhadores próprios também causam preocupação e geram muitas denúncias ao Sindicato.
A percepção é de que tudo que está sendo feito pela gestão da Repar é insuficiente para atender as normas de segurança sanitária e evitar contaminações.
Problemas graves na parada
O relatório da inspeção sindical aponta vários outros problemas com relação às instalações das empreiteiras contratadas para os trabalhos da parada de manutenção.
Constatou-se problemas com os vestiários, higienização dos ambientes e áreas de convivência, por exemplo. O relatório ainda não foi repassado à empresa porque ainda não houve negociação a respeito das condições sanitárias.
Fiscalização criteriosa
O Sindipetro PR e SC entende que a vistoria foi insuficiente por conta das restrições impostas pela empresa e continua a reivindicar que a fiscalização sindical na refinaria siga os critérios estabelecidos na Cláusula 68 (acesso aos locais de trabalho) do Acordo Coletivo de Trabalho. Como, por exemplo, o acompanhamento por um médico de trabalho e um engenheiro de segurança designados pelo Sindicato.
Denuncie!
O Sindicato pede que qualquer situação de risco de contaminação continue a ser comunicada imediatamente à entidade, tais como aglomerações em oficinas, containers, refeitórios, transporte e alojamento, principalmente no período de serviços de pré-parada, de preferência com registros. As denúncias devem ser feitas através do e-mail denuncia@sindipetroprsc.org.br ou do telefone (41) 3332-4554. Se preferir, trate o assunto diretamente com os dirigentes sindicais nos locais de trabalho.