Carlo Victor Guerra Nagem, o “amigo particular” de Bolsonaro, é capitão-tenente da reserva da marinha e funcionário da Petrobrás há 11 anos, período em que também disputou cargos legislativos pelo PSC, com apoio do presidente eleito.
Após promover ofilho do vice Mourão no Banco do Brasil, Jair Bolsonaro gera nova indignação ao interferir a favor da indicação de um “amigo particular” para ocupar a Gerência Executiva de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobrás. Para atender ao pedido do presidente, a direção da empresa violou o próprio Plano de Cargos e Remuneração (PCR) e nomeou um profissional pleno para um cargo sênior, triplicando o seu salário.
Carlos Victor Guerra Nagem, o “amigo particular” de Bolsonaro, é capitão-tenente da reserva da marinha e funcionário da Petrobrás há 11 anos, período em que também disputou cargos legislativos pelo PSC, com apoio do presidente eleito. Na última sexta-feira, 11, em sua conta oficial do twitter, Bolsonaro defendeu a indicação, alegando que o amigo tem um currículo com várias atribuições externas que o qualificam para o cargo.
No entanto, títulos acadêmicos não justificam aceleração na carreira ou, até mesmo, aumento da remuneração, segundo esclareceu a própria Petrobrás, durante a campanha para implementação do PCR. No documento “Perguntas e Respostas sobre o PCR”, a empresa informa que “a proposta do PCR é avaliar as pessoas por suas entregas e não por suas titulações”.
Profissional de nível Pleno da carreira Administrativa, Carlos Victor, também segundo as atribuições de carreira do PCR, teria grandes dificuldades de ocupar uma Gerência Executiva, cujas funções estão diretamente relacionadas às atribuições dos profissionais de nível Sênior. Como profissional Pleno, por exemplo, o novo gerente de Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobrás não poderá “representar a companhia em projetos interinstitucionais, respondendo por assuntos técnicos e zelando pela imagem institucional”.
Segundo o PCR, somente profissionais de nível Sênior possuem atribuições no plano de cargo para poder propor “novas formas de organizar, sistematizar e normatizar os trabalhos em que atua”. Já os profissionais de nível Pleno devem tomar decisões “com autonomia em situações não previstas, mas não inéditas”.
Portanto, seguindo as normas do PCR, Carlos Victor ocuparia uma Gerência Executiva da Petrobrás, em um período de transição, sem poder fazer nada de novo. Qual o sentido dessa nomeação, se não favorecer o amigo de Bolsonaro?
[FUP]