Parente cai e categoria comemora

Presidente vendilhão da Petrobrás não aguentou o tranco e pediu o boné. Foco agora é na luta contra a privatização e a influência do mercado financeiro dentro da companhia.

 

 

Os petroleiros de todo o país receberam uma ótima notícia na manhã desta sexta-feira (04). Pedro Parente, presidente da estatal petrolífera, entregou carta de demissão ao golpista Michel Temer.  

 

Desde que chegou ao comando da Petrobrás, Parente entrou ao capital privado mais de 30 ativos estratégicos da empresa, como campos do pré-sal, sondas de produção, redes de gasodutos do Sudeste e do Nordeste, distribuidoras de gás, petroquímicas, termoelétricas e usinas de biocombustíveis.

 

A última cartada privatista de Parente foi anunciar a venda de Repar e outras três refinarias (Refap, Rlam e Renest), juntamente com seis terminais aquaviários, seis terminais terrestres e 46 dutos. A Fafen-PR também está sendo doada para uma empresa russa, num pacote fechado com a Unidade de Fertilizantes-III (Fafen-MS).

 

Junto com a privatização desenfreada, Parente determinou a subutilização da capacidade de refino das quatro refinarias que fazem parte do plano de desinvestimento da empresa, como estratégia de proporcionar um mercado para os importadores e potenciais compradores dessas unidades. Na Repar a capacidade de produção está em apenas 65%.

 

Parente também castigou o povo brasileiro ao implementar uma política de preços dos combustíveis com base na cotação do dólar e do petróleo no mercado internacional. Desde julho de 2017, quando esse modelo passou a vigorar, a Petrobrás já alterou 230 vezes os preços nas refinarias, com aumentos de mais de 50% na gasolina e diesel, enquanto os preços do GLP somaram 60% de reajuste.

 

Durante a greve dos caminhoneiros, o governo blindou a imagem de Pedro Parente e ele chegou a enviar um comunicado à categoria petroleira de que não renunciaria. Ninguém pode negar que ele tentou ficar no cargo, mas poucos dias depois, não aguentou a pressão e pediu para sair.

 

Para o presidente do Sindipetro PR e SC, Mário Dal Zot, a greve dos petroleiros foi fundamental para a queda de Parente. “A greve conseguiu expor essa gestão entreguista na Petrobrás. A primeira grande conquista do movimento foi o pedido de demissão de Pedro Parente. Mas só isso não basta. Temos que continuar a luta contra a política de preços de combustíveis e contra a privatização. Caso contrário, o mercado financeiro continuará a dar as cartas dentro da Petrobrás”, alertou Dal Zot.