Por força do Acordo de Regramento que a FUP e seus sindicatos pactuaram no ano passado com a Petrobrás e subsidiárias, os petroleiros irão receber nos próximos dias a Participação nos Resultados referente ao exercício de 2014. A data do pagamento foi divulgada nesta quarta-feira, 27, pela Petrobrás, após a Assembleia Geral Extraordinária dos Acionistas ter aprovado no último dia 25 as demonstrações contábeis apresentadas pela empresa.
Mesmo sem registrar lucro e sem pagar dividendos aos acionistas, a Petrobrás e suas subsidiárias distribuirão aos trabalhadores R$ 1,04 bilhão em participação nos resultados, como garante o acordo de regramento conquistado em 2014. Apesar de ter sido rejeitado pelos sindicatos dissidentes, o acordo foi amplamente aprovado nas assembleias de todo o país, com mais de 75% de aceitação dos trabalhadores.
Fruto de uma luta histórica da FUP por regras claras e democráticas para a PLR, o acordo prevê que os petroleiros sejam remunerados, inclusive na ausência de lucro, desde que alcançados os resultados operacionais, conforme as metas dos indicadores acordados com a categoria. Portanto, como assegura o parágrafo 4º da cláusula 3ª do Acordo Coletivo de Metodologia para Definição e Pagamento da PLR no Sistema Petrobrás, o trabalhador receberá metade de uma remuneração mensal acrescida de metade do menor valor pago da PLR do exercício anterior.
Os petroleiros poderão acessar o valor que receberão através do simulador que a empresa disponibilizou em seu portal. As datas de pagamento informadas pela Petrobrás são 10 de junho, para os sindicatos que assinarem o acordo até o dia primeiro de junho, e 17 de junho, para os que assinarem até 08 de junho. Não é necessária a realização de assembleias de base, pois o acordo de regramento já foi referendado pela categoria em março de 2014.
Veja o documento da Petrobrás: http://fup.org.br/downloads/RH-AMB-RTS-50.049-15.pdf
PLR 2013 também foi beneficiada pelo acordo
No ano passado, a FUP já havia garantido que a nova metodologia acordada fosse aplicada no fechamento da PLR 2013, o que rendeu aos trabalhadores R$ 388 milhões a mais, pois a Petrobrás teve que elevar em 33% o provisionamento aprovado. Com isso, o valor do piso da PLR 2013 subiu 36% em relação ao inicialmente proposto.
Na época, os sindicatos dissidentes também foram contra o acordo de quitação da PLR 2013 e chegaram, inclusive, a propor à empresa que não aplicasse as novas regras, mesmo sabendo que isso significaria prejuízos financeiros para a categoria.
Acionistas choram por dividendos
Os acionistas da Petrobrásbem que tentaram, mas desta vez não receberão dividendos. Revoltados, chegaram a criticar a empresa por agir de forma diferente com os trabalhadores. A mídia, como sempre, se aproveitou do fato para emplacar suas manchetes tendenciosas. “Apesar de prejuízo, Petrobrás pagará R$ 856 milhões de PLR”, destacou o jornal Estado de São Paulo, referindo-se ao montante da holding.
A FUP explica o que eles não admitem: os resultados positivos registrados pela empresa em 2014, assim como os lucros fabulosos que marcam sua história, são fruto direto do trabalho dos petroleiros. O acordo de regramento da PLR consolida esse direito.
Fonte: FUP