Petrobrás perde prioridade em leilão de barris de petróleo e país perde em empregos

Câmara, Senado e governo fazem acordo e leilão de mais de 15 bilhões de barris do pré-sal podem ficar com empresas estrangeiras, que não geram empregos no Brasil

 

A Câmara dos Deputados deverá votar até o dia 12 de novembro a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), da cessão onerosa, já aprovada em dois turnos no Senado, que autoriza o governo a realizar um mega leilão de petróleo em áreas de exploração e produção do pré-sal. Tanto Petrobrás quanto empresas estrangeiras interessadas no petróleo brasileiro vão participar do leilão.

 

O responsável por tirar o direito da Petrobrás de ser a única operadora do petróleo descoberto nos quatro blocos (Atapu, Búzios, Itapu e Sépia), na Bacia de Santos, região do pré-sal no Rio de Janeiro, foi Michel Temer (MDB-SP). Essa política foi mantida pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PSL) e faz com que o Brasil perca mais uma oportunidade de gerar milhares de empregos.

 

Vale lembrar que a cada R$ 1 bilhão investidos pela Petrobrás na compra de navios, sondas, plataformas e outros equipamentos produzidos por brasileiros, eram gerados entre 24 e 25 mil novos empregos na cadeia produtiva do petróleo e gás no país. O leilão acaba com essa política nacional e as grandes empresas estrangeiras vão comprar no exterior.

 

Entenda o caso

 

A autorização para o mega leilão do pré-sal faz parte de um acordo feito na semana passada entre os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes.

 

Pelo acordo, dos R$ 106,5 bilhões que o governo federal pretende arrecadar, R$ 33,6 bilhões vão indenizar a Petrobrás e R$ 72,8 bilhões serão distribuídos.

 

A União vai ficar com 67%. Estados e municípios ficarão com 15% cada. O Rio de Janeiro vai receber 18% (R$ 2,1 bilhões a mais), por ser o estado produtor.

 

 

Por Rosely Rocha, via CUT (matéria na íntegra AQUI).