A falta de efetivo no Sistema Petrobrás é um problema crônico que tomou grandes proporções nos últimos anos. Projetos de desinvestimentos e venda de ativos nos governos Temer e Bolsonaro, juntamente com aposentadorias sem reposição e programas de demissão (PDVs e PIDVs), reduziram o quadro de trabalhadores de 86.108, em 2013, para 46.730, em 2023, o que resultou em sobrecarga de trabalho e aumento do risco de acidentes.
Esse déficit de mão de obra qualificada na companhia foi evidenciado no Fórum de Efetivos, realizado em 6 de fevereiro, com a participação da FUP, da FNP, lideranças sindicais e gestores da holding e subsidiárias. O encontro demonstrou que a redução do quadro sobrecarrega tanto os trabalhadores das unidades industriais quanto os dos setores administrativos, afetando sua saúde física e mental, além de comprometer a eficiência dos processos internos e a gestão da empresa.
O Fórum apontou ainda que o aumento do efetivo é fundamental não apenas para a segurança operacional, mas também para a adaptação às demandas do mercado internacional e a sustentabilidade da empresa. Isso inclui a transição energética, a inovação tecnológica, a continuidade de projetos estratégicos e o atendimento a exigências ambientais.
Diante desse cenário, a renovação dos concursos públicos em vigor, com a convocação total dos aprovados em cadastro reserva, torna-se essencial. Entre os concursos mais recentes da estatal, destacam-se o edital da Transpetro 2024, que expira no próximo mês, o da TBG, que vence em julho deste ano, e o da Petrobrás 2023.2, válido até novembro de 2025. Sem essa prorrogação e convocação, a empresa perderá a oportunidade de reforçar seu quadro com profissionais já selecionados em um processo rigoroso e prontos para atuar.
O Sindipetro PR e SC, juntamente com as entidades sindicais que representam a categoria petroleira, defendem a recomposição do quadro como medida essencial para evitar a sobrecarga laboral, garantir a continuidade das operações com segurança e preservar a saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras, além de assegurar condições adequadas de trabalho e contribuir para o desenvolvimento responsável do setor energético brasileiro.