Petrobrás reconhece que o desmonte da saúde na empresa levou os trabalhadores ao adoecimento

Petrobrás reconheceu na primeira reunião do GT de SMS sobre doença mental que o desmonte da estrutura da saúde corporativa realizado pelos últimos governos levou os trabalhadores ao adoecimento e, em alguns casos, ao suicídio.

A nova Gerente Geral de Saúde da Petrobrás, Lilian Viterbo, informou que a estrutura da área da saúde da empresa foi desmontada na gestão dos governos anteriores, levando os trabalhadores da Petrobrás ao adoecimento com impacto na sua saúde mental e em toda sua estrutura familiar. “Não houve apenas o desmonte da empresa com fins privatistas, mas houve também o descaso com cada vida de quem dá duro no chão de fábrica e nos prédios administrativos da Petrobrás”, afirmou o diretor de SMS da FUP, Raimundo Teles.

 

Nos últimos anos, o número crescente de acidentes nas plantas, alguns inclusive com morte, chamou atenção das autoridades. Foram tantas ocorrências que um forte exemplo deste desmonte foi o cancelamento do SPIE de refinarias pelo MTE. Também foi chamada a atenção pelos sindicatos a péssima estrutura de alimentação para os empregados de turno, assim como as estruturas dos camarotes dos trabalhadores embarcados.

 

Outro problema causado pela desordem generalizada foi a unificação das demandas locais para uma única gerência nacional, dificultando o tratamento de situações que antes eram solucionadas com rapidez pela gerência local. Sendo essa mais uma forma de atrapalhar os processos e precarizar o trabalho nas plantas.

 

Esses problemas amontoados, vai aos poucos minando a qualidade da saúde física e mental dos petroleiros e petroleiras de todo o país. Não atoa esta tem sido uma pauta cada vez mais levada em consideração no mundo inteiro e a Petrobrás não fica fora disso. Nos últimos anos os trabalhadores sofreram muitas perdas de direitos trabalhistas.

 

Outro processo que adoeceu muitos os trabalhadores do Sistema Petrobrás foram os fechamentos das fábricas e as transferências compulsórias principalmente dos petroleiros da região norte e nordeste que foram jogados para o sul e sudeste, causando um transtorno muito grande e desestabilizou famílias por todo país. De acordo com a nova gerente de SMS, milhares de trabalhadores foram transferidos. Somente na Bahia, mais de 1200 pessoas tiveram que deixar suas rotinas familiares para irem para locais novos, longe da família e amigos.

 

O diretor de SMS da FUP, apresentou um apelo de um trabalhador que está afastado de sua casa e de sua família, devido à transferência dos petroleiros das bases que foram fechadas, emocionando a todos e todas presentes na reunião.

 

A rede de AMS também apresenta uma grande deficiência para o cadastramento de novos profissionais da área da saúde mental. E a Petrobrás não tem um fluxograma definido para esses casos na empresa.

 

Os trabalhadores que estão desenvolvendo transtornos mentais, como crise de ansiedade, surtos de burnout, e possíveis suicidas não são tratados pela empresa e encaminhados para o profissional responsável. Assim como os petroleiros aposentados que vem sofrendo muito com os descontos em seus contracheques e seus compromissos pessoais não estão conseguindo ser cumpridos, levando muitos a problemas psicológicos graves.

 

Já nessa primeira reunião, realizada no dia 11, a FUP fez diversas denúncias do quadro terra e mar entre assuntos urgentes e de médio a longo prazo, alertando sobre o surto iminente de suicídio, mostrando como será o tom desse GT ao longo dos próximos meses.

 

A empresa se mostrou aberta ao diálogo e ressaltou a importância da Saúde Mental dos trabalhadores. A Federação irá encaminhar via ofício as denúncias e sugestões para melhorias do setor.

 

 

Da Imprensa FUP