Mulheres Petroleiras

Petroleiras de todo o Brasil se reúnem em encontro nacional na Bahia para avaliar desafios e criar soluções no ambiente sindical e político

 

O 11º Encontro Nacional de Mulheres Petroleiras, promovido pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), teve início nesta quinta-feira (13) no Cepe Stella Maris, em Salvador, na Bahia. O evento reúne anualmente mulheres da categoria para discutir e fortalecer a participação feminina nas políticas públicas do Brasil. Com o tema “Mulheres petroleiras constroem a história do movimento sindical e conquistam novos direitos”, o encontro conta com mesas de debate que abordam temáticas diversas.

 

 

 

Abertura e passagem de coordenação

A mesa de abertura contou com a presença de Patrícia Jesus, coordenadora do Coletivo de Mulheres Petroleiras, Leninha Valente, presidenta da CUT Bahia, Elizabete Sacramento, coordenadora geral do Sindipetro-BA, Nadlene Santos, dirigente do SINDAE, e Bárbara Bezerra, dirigente do Sindipetro-NF, que assumiu a coordenação do coletivo nesta quinta-feira (13) durante o evento. Patrícia Jesus passou o bastão para a colega e agradeceu o apoio recebido por todas as mulheres nos quase dois anos em que esteve à frente do coletivo.

 

Leninha Valente agradeceu o compromisso dos sindicatos com a pauta feminina e propôs a criação de um diário da mulher militante na política e no movimento sindical. “Nossa tarefa mais urgente é cuidar dos nossos direitos para não perdê-los, como aconteceu na contrarreforma trabalhista”, enfatizou. Elizabete Sacramento destacou a importância da participação feminina, especialmente ao lembrar que esta é a primeira vez em 70 anos que o Sindipetro-BA tem uma mulher como cabeça de chapa para as eleições da entidade. “A primeira atividade sindical que participei foi o 2º Encontro de Mulheres Petroleiras e, a partir daí, não me afastei mais. Essa organização é fundamental para oportunizar e fortalecer a participação das mulheres na composição do movimento sindical”, disse Elizabete.

 

Nadlene Santos conclamou todasas presentes a refletirem e atuarem contra a lei em tramitação sobre o aborto em casos de violência sexual, enfatizando a necessidade de ação organizada e combativa por parte das companheiras.

 

Mesa 1: Clima, gênero e raça

A primeira mesa de debate abordou a interseção entre clima, gênero e raça, com participações de Michele Ferreti, do Instituto Alziras, e Fernanda Brozoski, do INEEP. Fernanda apresentou dados da Petrobras, mostrando uma sub-representação de mulheres na empresa, com um aumento de apenas 1% nos últimos cinco anos. Michele falou sobre o racismo ambiental e os impactos da crise climática nas mulheres, especialmente aquelas em situações de vulnerabilidade, como as afetadas por deslizamentos e outras catástrofes.

 

Mesa 2: Participação das mulheres na política

A segunda mesa contou com Ana Georgina, economista do DIEESE, e Juci Cardoso, vereadora pelo PT de Alagoinhas e a mediação da petroleira Amanda Rodrigues do Sindipetro-NF. Ana Georgina discutiu a desigualdade de gênero na política e no mercado de trabalho, destacando como a divisão sexual do trabalho e o acúmulo de funções domésticas não remuneradas afetam a participação feminina nos ambientes sindicais e político partidários. Juci Cardoso enfatizou a importância da política como caminho para a emancipação e relatou sua experiência de violência política, instigando a plateia a refletir sobre a exclusão das mulheres. Ela também destacou que “não é possível que as mulheres, sendo altamente qualificadas, sejam excluídas dos cargos e cabeças de chapa nas decisões políticas.”
Amanda Rodrigues fez uma intervenção e reforçou, ao final do evento, que ser mulher é ser um corpo político, referindo-se à sua própria experiência, como mulher trans e travesti, que além de enfrentar o preconceito precisa provar o tempo todo que tem capacidade para atuar em diferentes campos no mundo do trabalho.

 

Participação virtual

Algumas mulheres do Rio Grande do Sul participaram virtualmente devido a problemas climáticos na região. Deyvid Bacelar, coordenador geral da FUP, também participou remotamente, parabenizando as petroleiras pela condução do coletivo, ressaltando as pautas já conquistadas pela categoria devido à organização do coletivo e o plano da FUP de ter uma mulher à frente da federação no próximo mandato.

 

O encontro continua nesta sexta-feira (14) com mais debates e a plenária final, onde serão tiradas as resoluções e os encaminhamentos para a plenária da FUP, que ocorrerá ainda este ano.

 

Confira a programação completa:

Primeiro Dia – 13 de junho
13h – Mesa de Abertura
Patrícia Jesus – Coordenadora do Coletivo de Mulheres Petroleiras
Elizabete Sacramento – Coordenadora Geral do Sindipetro Bahia
Deyvid Bacelar – Coordenador Geral da FUP
Naira Pinho – Secretaria de Políticas Sociais da CNQ
Leninha Valente – Presidenta da CUT Bahia
Nadilene Nascimento – Secretaria Adjunta de Combate ao Racismo

14:00 – Mesa 1 – Clima, Gênero e raça
Michelle Ferreti – Instituto Alziras
Fernanda Brozoski – INEEP

16h -Intervalo

16h30 – Mesa 2 – Participação das mulheres na política – Conquistas e desafios
Ana Georgina – DIEESE
Marta Rodrigues – Vereadora PT Salvador
Juci Cardoso – Vereadora PC do B Alagoinhas-BA

19h – Jantar

Segundo dia – 14 de junho
9h – Mesa 3: Saúde da Mulher – Ciclos da vida: vitalidade e existência (e Direito – Violências, Combate aos Assédios)
Sônia Coelho – Marcha Mundial de Mulheres e SOF
Thaise Amaral – Assistente Social e Coordenadora de Saúde do MNU-BA
Andrea Santos – Psicóloga
Rosângela Buzzaneli – Conselheira de administração da Petrobras

12h – Almoço

13h30 – Plenária e resoluções

17h – Encerramento

 

Por Sindipetro BA / Via FUP