A morte de dois trabalhadores sem terra durante emboscada no acampamento Dom Tomás Balduíno, localizado no município de Quedas do Iguaçu, na região central do Paraná, foi motivo de protesto durante o Bate-Papo Sindical desta terça-feira (12) na Repar.
Os petroleiros fizeram um minuto de silêncio em memória dessas novas vítimas de conflitos no campo, tão recorrentes no Paraná. “A Secretaria de Segurança Pública do governo Beto Richa (PSDB) alegou que os sem terras armaram uma emboscada ao BOPE (Batalhão de Operações Especiais da PM), mas as vítimas foram mortas com tiros pelas costas e o veículo onde estavam foi cravejado de balas. Quem monta uma tocaia e é morto com tiros pelas costas?”, indagou o presidente do Sindipetro PR e SC, Mário Dal Zot. “É evidente que o estado mentiu para tentar justificar os assassinatos”, completou.
O conflito aconteceu por volta das 15h da última quinta-feira (07) e resultou na morte dos trabalhadores rurais Vilmar Bordim, de 44 anos, casado, pai de três filhos e Leonir Orback, de 25 anos, que deixa a esposa grávida de nove meses.
No sábado (08), cerca de oito mil pessoas participaram de um protesto organizado pelo MST na Praça Central de Quedas do Iguaçu. Com vários caixões e discursos emocionados, a manifestação lembrou as vítimas do confronto recente, a passagem dos 20 anos do assassinato de 19 sem terras em Eldorado dos Carajás e a execução de outros dois sem terra em 1998, também em Quedas do Iguaçu.
O acampamento Dom Tomás Balduínio conta com 1,2 mil famílias e foi erguido na antiga Fazenda Rio das Cobras, área grilada pela empresa de celulose Araupel, cujo título de propriedade foi declarado nulo pela Justiça Federal e as terras foram determinadas de posse da União.
Muitos militantes do MST que estão acampados no Dom Tomás foram solidários à luta dos petroleiros e participaram da greve na Repar, em novembro do ano passado.