A morte do supervisor de mecânica Pedro Alexandre Bagatin, 48 anos, ocorrida na sexta-feira (06), após o trabalhador infartar um dia antes dentro da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), motiva um protesto dos petroleiros por segurança. A manifestação acontece neste domingo (08), às 08h00, na frente da Repar. Petroleiros, trabalhadores de outras categorias e militantes dos movimentos sociais participarão do ato público.
A categoria clama por mais segurança no Sistema Petrobras. A forma inconsequente como os gestores da empresa conduzem a política de Saúde, Meio Ambiente e Segurança (SMS) já causou 20 mortes neste ano, em ocorrências que poderiam ter sido evitadas, acaso a Petrobrás tivesse de fato comprometimento com a segurança operacional e a preservação de vidas humanas. O Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) há muitos anos cobram mudanças na política de SMS na empresa, mas o que se observa é que as metas de produção são priorizadas em detrimento da segurança.
Durante períodos de greve dos petroleiros, como acontece no momento, a sensação de insegurança é ainda maior. Desde o início do movimento, que entrou no sexto dia neste sábado (07), ocorreram três incidentes graves e uma morte (apesar dos fatos estarem sendo apurados, o Sindicato considera os gestores como responsáveis). Este saldo é fruto da irresponsabilidade dos gestores da Petrobrás, que, em vez de negociarem efetivos e cotas de produção, como determina a Lei de Greve, preferem colocar em risco os trabalhadores, delegando a operação das unidades a grupos de contingência insuficientes e despreparados em função de desvios de função. Em muitos casos, engenheiros são designados para fazer o trabalho de operadores. Em outros, operadores que há anos estão cumprindo atividades administrativas retornam à operação nas greves. Além disso, a pressão sobre o contingenciamento é extrema e resulta em estresse contínuo por terem que realizar os serviços com um efetivo de empregados muito baixo.