Petroleiros e petroquímicos, próprios e terceirizados, fizeram na manhã desta quinta-feira (11) uma manifestação histórica no entorno da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar). Cerca de três mil trabalhadores aderiram ao movimento coordenado pelo Sindipetro Paraná e Santa Catarina, Sindiquímica-PR e Sindimont-PR, que faz parte do Dia Nacional de Luta das Centrais Sindicais e Movimentos Sociais. O objetivo é pressionar pelo atendimento das pautas da classe trabalhadora, sobretudo a derrubada do Projeto de Lei 4330/2004, de autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO), com relatoria de Artur Maia (PMDB-BA), que, sob o pretexto de regulamentar a terceirização, ataca direitos e precariza ainda mais as relações de trabalho no Brasil.
Os petroleiros da Repar fazem greve de 24 horas com corte de rendição desde a zero hora desta quinta em resposta à convocação da CUT e demais centrais e também pela recomposição do efetivo próprio mínimo necessário para operar a Refinaria com segurança. A falta de efetivo na unidade tem gerado sobrecarga de trabalho e deixa em situação de risco os funcionários, a comunidade local e as instalações. A paralisação foi deliberada nas assembleias com todos os grupos de turno e o HA da Repar, realizadas entre 19 de junho e 04 de julho.
Os trabalhadores terceirizados e os funcionários da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobrás (Fafen-PR) participaram do movimento desta manhã com atraso de cerca de três horas no expediente. Empregados da fábrica de produtos para refrigeração Gelopar, vizinha à Repar, se juntaram ao movimento. Todos se concentraram na região da entrada da Refinaria e participaram do ato que alertou sobre os riscos do PL 4330 e abordou os demais pontos de pauta das centrais sindicais, como a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais sem perdas salariais, o cancelamento dos leilões do petróleo, o fim do fator previdenciário, a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação, melhoria do transporte público e aumento de verbas para a saúde.
Ao final da manifestação, os trabalhadores da Fafen-PR e os terceirizados se deslocaram em marcha até o PV-5 e à fábrica de fertilizantes. Os petroleiros permaneceram no piquete, conforme a determinação das assembleias. O Sindipetro Paraná e Santa Catarina orienta que os todos trabalhadores participem da manifestação unificada das centrais sindicais e dos movimentos sociais que acontece a partir das 16 horas, na Praça Rui Barbosa, em Curitiba.
Mais manifestações
Na Usina do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul, dirigentes do Sindicato fizeram panfletagem e atrasaram a entrada do turno e administrativo. Também houve manifestação de cerca de uma hora e meia com os terceirizados. A atividade foi feita em conjunto com o Sindicato dos Servidores de São Mateus e o Sindimont.
Já em Santa Catarina ocorreu entrega de panfletos no Terminal Transpetro de Itajaí e na Unidade de Operações de Exploração e Produção do Sul (UO-SUL). Dirigentes do Sindipetro Paraná e Santa Catarina ainda participaram juntamente com movimentos sociais do bloqueio da BR 101, no trecho de Itajaí. No Terminal de Paranaguá (Tepar) também houve distribuição de informativos. Para amanhã estão previstas panfletagens nos Terminais de São Francisco do Sul (Tefran) e Guaramirim (Temirim).
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