Petroleiros responderão com greve à retirada de direitos

Reunidos nesta sexta-feira, 06, em mais um Conselho Deliberativo para discutir estratégias de luta e negociação durante a campanha reivindicatória, a FUP e seus sindicatos definiram pela realização de uma greve com controle e parada de produção a partir do dia 11 de novembro, se a Petrobrás retirar direitos da categoria e colocar em prática a contrarreforma trabalhista. A orientação é que os sindicatos intensifiquem as setoriais e realizem os seminários de qualificação de greve, com foco na parada e controle de produção em todas as unidades do Sistema Petrobrás. O Conselho Deliberativo também indicou que a direção da FUP esgarce ao limite o processo de negociação com a empresa.

 

A Petrobrás já ameaçou a categoria ao prorrogar o ACT até 10 de novembro, véspera da data em que entra em vigor a Lei 13.467/17, da contrarreforma trabalhista.  Na reunião de negociação, ontem (05), a FUP reafirmou a pauta dos trabalhadores, ressaltando o resultado expressivo das assembleias, onde os petroleiros confirmaram que não há acordo com retirada de direitos.

 

Está cada vez mais evidente que o desmonte do ACT proposto pela atual gestão atende a interesses ideológicos. Em apresentação feita pelo Dieese, ficou claro que não há justificativas econômicas para a retirada de direitos.

 

Comparando os dados da Petrobrás entre 2014 e 2016 com os da British Petroleum, da Total e da Statoil, a petrolífera brasileira foi a que mais produziu petróleo e que apresentou menor queda nas receitas de vendas. No entanto, nesse mesmo período, a Petrobrás foi a que mais cortou despesas com salários: a redução foi de 33%, contra 15% da BP; 21% da Total e 30,3% da Statoil. 

 

Enquanto o salário médio anual de um trabalhador da Petrobrás é de 78 mil dólares, o de um trabalhador da BP é de 157,4 mil dólares. Na Statoil, um trabalhador ganha em média 125,4 mil dólares por ano e na Total, 82,1 mil dólares.

 

“Temos que continuar firmes na defesa da nossa pauta, reafirmando que com redução de direito não tem acordo. É fundamental que os trabalhadores participem massivamente das setoriais e dos seminários de qualificação de greve”, destaca o coordenador da FUP, José Maria Rangel, ressaltando que o Acordo Coletivo terá o tamanho da luta da categoria petroleira.

 

FUP