*Por Uriel Oliveira
Algumas pessoas podem achar estranho o Tepar continuar as mobilizações. Entretanto, somente os que ali cotidianamente trabalham para que esse sistema Petrobrás bata novos recordes entendem o que leva os trabalhadores manter essa unidade na luta.
Estamos falando de um dos terminais mais antigos do sistema e de um grupo de trabalhadores que vê a Petrobras sendo esquartejada por uma diretoria entreguista e aliada a um governo golpista.
Além disso, sentimos que essa lâmina está a cada hora mais próxima de umas das engrenagens principais do sistema, aquela responsável por toda a logística, aquela que no passado já fora criada para ser vendida, mas que com a luta de guerreiros petroleiros foi inviabilizada. Sim, estamos falando da Transpetro.
Se não bastasse isso, os trabalhadores passam por problemas crônicos que são passados de gerência a gerências, dentre os quais podemos elencar o transporte, que põem em risco diariamente o que a empresa diz ser o mais importante para ela; e mais recentemente as retaliações e assédios vindos da gerência, que mesmo sendo denunciados à ouvidoria, RH, Cipa e demais espaços internos, são menosprezados.
Ainda poderíamos continuar a elencar vários outros problemas que afetam diretamente a nossa produção e segurança que também são antigos e de amplo conhecimento, mas o mais importante é deixar claro que quando estamos numa situação extrema como essa, os trabalhadores utilizam sua única forma de garantir o cumprimento dos seus direitos, que é se mobilizando e cruzando a fonte de lucro da companhia.
Esperamos que com essa demonstração de unidade local as gerências e diretorias atentem para os anseios dessa categoria e abram o canal de diálogo verdadeiro, e não esse teatro realizado rotineiramente com a representação sindical.
*Uriel Oliveira é técnico em operação no Tepar e dirigente do Sindipetro PR e SC