Entrevista

Presidente do Sindipetro explica os impactos dos conflitos no Oriente Médio no mercado de combustíveis à Rádio Som Maior

O presidente do Sindipetro Paraná e Santa Catarina, Alexandro Guilherme Jorge, participou na última terça-feira (24) do programa 60 Minutos, da Rádio Som Maior, de Criciúma-SC. Ele falou sobre os efeitos das tensões no Oriente Médio para o mercado de petróleo e combustíveis no Brasil, explicando que, apesar da volatilidade internacional, o país não deve sofrer desabastecimento nem aumentos imediatos nos preços.

Segundo Alexandro, os conflitos em regiões produtoras, como Irã e seus vizinhos, provocam fortes oscilações no preço do barril no mercado global, mas o Brasil tem hoje condições mais favoráveis para resistir a esses choques. O país é autossuficiente em petróleo, exporta excedentes e conta com refinarias adaptadas para maximizar a produção de diesel, ainda que precise importar uma fração pequena para suprir a alta demanda interna.

Ele também destacou a mudança na política de preços da Petrobrás, que não segue mais imediatamente as variações internacionais. Em vez de repassar altas ou quedas diárias ao consumidor, a estatal considera médias ao longo de semanas ou meses antes de reajustar os preços. Isso ajuda a reduzir impactos repentinos, como os registrados recentemente, em que o barril variou quase 20% em poucos dias, mas terminou praticamente no mesmo nível.

Questionado sobre riscos de desabastecimento, o dirigente foi claro: “não há risco de apagão de combustíveis no Brasil”. Ele lembrou que a refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, tem capacidade para abastecer todo o Paraná, Santa Catarina e parte de outros estados, além de exportar para o Paraguai. A maior parte do petróleo processado na Repar vem do pré-sal, transportado por embarcações e dutos próprios, formando um ciclo logístico nos dois estados.

Alexandro também comentou sobre a composição de preços nas bombas. Ele explicou que os custos de produção nas refinarias ficam abaixo de R$ 3 o litro para gasolina, mas impostos, sobretudo o ICMS (estadual), e as margens de distribuição e revenda, elevam o valor final para mais de R$ 6 nas capitais do Sul. De acordo com ele, os impostos estaduais respondem por cerca de 24% do preço da gasolina e as decisões de política tributária federal ou estadual podem impactar mais do que oscilações internacionais pontuais.

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