A Procuradoria do Trabalho da 9ª Região acatou denúncia oferecida pelo Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR e SC) sobre a jornada excessiva do contingente de trabalhadores da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) durante a greve de 24 horas que começou à zero hora desta terça-feira (06).
Em visita à área da Repar na tarde de hoje, os procuradores Ricardo Bruel e Jaime José Bilek Iantas, acompanhados de dirigentes sindicais e de representantes da empresa, constataram que os petroleiros que entraram no turno das 15h30 de segunda-feira (05) continuavam no trabalho e só deixariam seus postos na troca das 23h30 desta terça, chegando a uma jornada de 32 horas. Também foram flagrados colchões espalhados em locais inadequados para o descanso.
De acordo com Iantas, uma ação cautelar contra a Petrobrás será movida pela Procuradoria Regional do Trabalho e as provas serão utilizadas no processo para uma possível execução.
A Repar é reincidente no descumprimento da jornada regular de trabalho. Durante uma greve realizada em 2009, petroleiros foram mantidos no trabalho por até 52 horas. À época, o caso também gerou uma ação contra a Companhia, que foi condenada em segunda.
Dossiê sobre a falta de efetivo
O Sindipetro Paraná e Santa Catarina protocolou nesta terça-feira (09) um dossiê na Procuradoria Regional do Trabalho sobre a falta de efetivo de trabalhadores na Repar. Em 2009 a Unidade de Araucária da Petrobrás passou por um processo de ampliação que praticamente dobrou a sua capacidade de produção, mas o número de funcionários foi reduzido. Atualmente a Refinaria conta com pouco mais de 900 funcionários próprios. Estudo realizado pelo Sindicato junto aos petroleiros de cada setor da refinaria apontou que é necessária a contratação de cerca de 500 novos trabalhadores.
Durante a entrega do documento à Procuradoria, petroleiros fizeram uma manifestação em frente à Procuradoria para pedir a intervenção em caráter de urgência do órgão.