Milhões se manifestaram nesta quinta-feira (15) pelo país afora; na maioria das bases da Petrobrás no Paraná e Santa Catarina teve protestos.
Centenas de cidades e dezenas de capitais registraram manifestações populares de massa nesta quarta-feira (15), Dia Nacional de Paralisação. Os protestos foram convocados pela CUT e demais centrais sindicais, em parceria com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que congregam diversos movimentos sociais.
Os motivos que levaram milhões de brasileiros às ruas, em um dia no meio da semana, foram as reformas da previdência e trabalhistas, que juntas acabam com direitos históricos da classe trabalhadora e acabam com a possibilidade de aposentadoria para a maioria da população. A intenção de Temer é piorar as relações de trabalho e a qualidade dos empregos, e ainda impedir a aposentadoria. Trabalho ruim, sem proteção de leis, atrelado ao trabalho até a morte não tem outro nome se não escravidão.
A amplitude dos protestos foi tão grande que até mesmo a grande mídia, tradicional inimiga dos movimentos populares, chama o dia de Greve Geral no Brasil. Em Curitiba, diversas categorias deflagraram a paralisação, como motoristas do transporte públicos, educadores das redes públicas estadual e federal, trabalhadores do asseio e conservação da cidade e bancários. O movimento na cidade lembra um feriado. Na parte da manhã, uma marcha com aproximadamente 50 mil pessoas saiu da Praça Santos Andrade e foi até o Palácio Iguaçu, sede do governo estadual. Beto Richa foi escrachado pelos manifestantes, pois seu governo é alvo de investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) por esquema de corrupção em obras de construção de escolas, além de ser um inimigo declarado da classe trabalhadora, principalmente dos educadores do estado.
Outras pautas
O Dia de Paralisação foi o primeiro da greve nacional da educação, convocada pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação). Além das reformas, a categoria luta pela aplicação do Piso Nacional do Magistério.
Já a categoria petroleira lembra os 16 anos do acidente que causou o afundamento da plataforma P-36. O episódio é o símbolo maior da gestão tucana de Fernando Henrique Cardoso no Governo Federal, que privatizou o que conseguiu e o que escapou passou por um processo de sucateamento.
Manifestações nas bases do Paraná e Santa Catarina
O Sindipetro encampou a luta nacional e realizou uma série de protestos nas suas bases de representação. Na Repar e Fafen-PR, em Araucária, foi feita uma paralisação de três horas pela manhã e um trancaço na rua adjacente às unidades da Petrobrás, atingindo outras fábricas e parando o trânsito na região.
Em Paranaguá, petroleiros se uniram a estivadores, professores, amarradores e vigilantes e bloquearam a pista no sentido Curitiba – Paranaguá da BR 277 por quase toda a manhã.
Na cidade de São Mateus do Sul, os petroleiros da Usina do Xisto fizeram um atraso de uma hora na entrada do expediente. Posteriormente houve um protesto em frente à Agência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) da cidade que mobilizou diversas categorias de trabalhadores.
No Terminal Aquaviário da Transpetro em São Francisco do Sul (Tefran) o Sindicato fez um atraso de uma hora e meia para debater sobre as reformas e a pauta do Dia Nacional de Paralisação.