Repar mantém aglomerações no momento mais crítico da pandemia

Serviços preliminares da parada de manutenção continuam e expõem trabalhadores ao risco de contaminação pelo coronavírus.

 

No último sábado (13), o Sindipetro Paraná e Santa Catarina recebeu um ofício da Repar no qual era comunicada a postergação da parada de manutenção para 12 de abril, em atendimento à reivindicação da entidade.

O Sindicato considera a realização de um processo que inclui cerca de dois mil trabalhadores a mais na rotina da refinaria, em pleno ápice da pandemia do coronavírus no Brasil, um absurdo. Tanto que exigiu a suspensão da parada à Repar e denunciou aos órgãos oficiais, como as secretarias de saúde municipal de Araucária e do Paraná, Ministério Público Estadual (MPE) e Ministério Público do Trabalho (MPT-PR).

O problema parecia resolvido, apenas parecia. Ao longo da semana não pararam de chegar denúncias de aglomerações na Repar ao Sindipetro. A constatação é de que os serviços de pré-parada foram mantidos, mesmo diante do cenário de colapso das redes pública e privada de saúde por conta do agravamento da crise sanitária.

O Sindipetro novamente tentou cobrar a suspensão dessas atividades aos gestores, mas recebeu somente respostas evasivas. Dessa forma, a medida imediata a ser tomada legalmente é adicionar essas informações às denúncias junto aos órgãos competentes. Em caso de a refinaria se tornar um foco de contaminação, acaso as aglomerações continuem, os gestores devem ser responsabilizados criminalmente por suas atitudes.

Regap é exemplo ruim

A gestão da Repar trilha o mesmo caminho da catástrofe que ocorre na Regap, em Minas Gerais. Por lá, também cerca de dois mil trabalhadores de outras regiões foram realizar serviços da parada de manutenção em plena pandemia. O resultado foi a criação de um foco de contaminação pelo novo coronavírus. De acordo com as informações do Sindipetro/MG, mais de 200 trabalhadores testaram positivo para Covid-19 somente neste mês, sendo que mais de dez, entre próprios e terceirizados, estão internados.

Cabe salientar que a gerência de SMS que responde pela refinaria de Minas Gerais é a mesma da Repar.

Denúncias

Qualquer situação de risco de contaminação deve ser comunicada imediatamente ao Sindicato, tais como aglomerações em oficinas, containers, refeitórios, transporte e alojamento, principalmente no período de serviços de pré-parada, de preferência com registros. As denúncias devem ser feitas através do e-mail denuncia@sindipetroprsc.org.br ou do telefone (41) 3332-4554. Se preferir, trate o assunto diretamente com os dirigentes sindicais nos locais de trabalho.