Há evidências de que a contaminação da vítima ocorreu dentro das instalações da refinaria.
Davi Macedo – Sindipetro PR e SC
A mistura de sentimentos de tristeza e revolta paira sobre os trabalhadores da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, com a informação da morte de Carlos Eduardo Correa dos Santos (Cadu), aos 45 anos, na tarde da última quinta-feira (01).
Casado e pai de gêmeos, um menino e uma menina, o supervisor de controle de qualidade da empresa Service Engenharia, contratada para a parada de manutenção da Repar, foi a terceira vítima da Covid-19 na unidade dentro do período de dez dias.
A tristeza vem naturalmente da perda de um companheiro. Já a revolta é motivada pela postura da gestão, que sequer teve a sensibilidade de informar o falecimento à força de trabalho.
Também fica escancarado o desprezo da empresa perante os que ficam, pois mantém os serviços da parada de manutenção da Repar, mesmo diante do pior momento da pandemia do coronavírus. O procedimento industrial adiciona à rotina da refinaria centenas de trabalhadores e causa, inevitavelmente, aglomerações por todos os cantos.
Há evidências de que a contaminação de Cadu, como era conhecido na área, ocorreu dentro das instalações da refinaria, uma vez que outros funcionários da terceirizada testaram positivo para a Covid-19.
O corpo foi sepultado nesta sexta-feira (02), no município de Canoas, região metropolitana de Porto Alegre-RS, terra do Cadu.
O Sindipetro exige a suspensão da parada de manutenção da Repar para que as notícias de mortes na unidade deixem de se repetir.
Aos familiares e amigos do companheiro Carlos Eduardo os nossos mais profundos sentimentos.