Refinaria está com a produção parada desde o acidente do dia 28/11. Categoria quer garantias em relação à segurança ou haverá deflagração de greve
Representantes do Sindipetro Paraná e Santa Catarina e da Federação Única dos Petroleiros (FUP) se reuniram nesta terça-feira (10) com o corpo gestor da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar). Em debate, a pauta de reivindicações sobre saúde e segurança, elaborada nas assembleias realizadas entre 05 e 07 de dezembro, motivadas pelo acidente na Unidade de Destilação (U2100) do dia 28/11, que casou explosões, incêndio e paralisou a produção da Repar desde então.
As assembleias contemplaram todos os grupos de turno de revezamento ininterrupto da refinaria, bem como os trabalhadores do horário administrativo, e aprovou greve por tempo indeterminado a partir da zero hora desta quarta-feira (11). Porém, na reunião de hoje os gestores da empresa requisitaram um prazo para responder a cada um dos 16 pontos de pauta apresentados.
Para os itens 2 e 4 da pauta, partida da U2100 somente após a realizações de todas as recomendações de segurança e cumprimento das normas da inspeção de equipamentos, respectivamente, a Repar tem até o meio dia de amanhã para apresentar uma posição. O encaminhamento da reunião foi a possível formação de um grupo de trabalho com a participação do Sindicato e representantes da operação da unidade.
O mesmo prazo vale para os pontos 3 e 5, implementação das normativas sobre cursos de capacitação e integração dos funcionários contratados para o reestabelecimento da U2100 e acompanhamento rigoroso da saúde dos trabalhadores que combateram o incêndio e também dos que atuaram na limpeza da U2100. A solução apontada na reunião aponta para a constituição de um grupo de acompanhamento composto por membros do Grupo de Representação de Trabalhadores do Benzeno (GTB/Repar), da Comissão Local de Segurança, Saúde e Meio Ambiente (SMS/Repar) e da Comissão Estadual Permanente do Benzeno (CEPBz)
Para os demais pontos da pauta de reivindicações de segurança, a empresa tem até o final da tarde de amanhã para responder. O Sindicato vai convocar novas assembleias para os petroleiros apreciarem o posicionamento da Repar, possivelmente a partir de quinta-feira (12). “O nível da resposta dos gestores vai definir os rumos do movimento”, afirmou Silvaney Bernardi, presidente do Sindipetro PR e SC.
A reunião contou com a presença do coordenador nacional da FUP, João Antonio Moraes, que cobrou enfaticamente a reposição do efetivo próprio de trabalhadores da Repar. “Não nos convence separar a segurança da recomposição do efetivo. São intrinsicamente ligadas”, destacou. Para ele, não existe coincidência em relação aos sinistros. “É incrível a capacidade dos trabalhadores de prever os acidentes. Os dois sindicatos de petroleiros que mais relataram queixas sobre segurança à FUP foram o de Manaus e o do Paraná e Santa Catarina. Não foi à toa que nessas bases aconteceram os últimos acidentes no Sistema Petrobrás”.