Representantes do Sindipetro PR e SC participaram do ato na Reduc em memória do operador Cabral

 

 

Os dirigentes do Sindipetro PR e SC Mário Dal Zot e Alexandro Guilherme Jorge participaram na manhã desta terça-feira (31), em Duque de Caxias-RJ, do ato em memória do técnico de operação Luis Augusto Cabral, que há um ano perdeu a vida em um acidente causado pela irresponsabilidade e negligência dos gestores da Petrobrás.

 

O trabalhador faleceu na noite do dia 31 de janeiro de 2016, após cair dentro de um tanque de combustível aquecido à temperatura de 75º C. Quando subiu para aferir o nível de armazenamento, o teto do reservatório, que estava bastante corroído por ferrugem, cedeu. O corpo só foi localizado dois dias depois do acidente fatal, com o esvaziamento do tanque. 

 

O dirigente Alexandro, que é técnico de inspeção de equipamentos na Repar, falou sobre uma experiência semelhante que remete a morte de Cabral. “Estávamos em uma fase de acessar os tetos dos tanques para fazer algumas manutenções. Eu subi em praticamente em todos os tanques da Repar para avaliar as condições de acesso. Quando aconteceu este acidente na Reduc, eu me vi na situação que o Cabral passou. A minha atividade, que é de inspeção, existe para garantir a segurança dos equipamentos, mas infelizmente aqui na Reduc não foi isso que ocorreu”, relatou.

 

Para o presidente do Sindipetro PR e SC, Mário Dal Zot, o acidente que causou a morte do operador Cabral é emblemático. “Demonstra toda a irresponsabilidade com relação à vida no Sistema Petrobrás. Mesmo cientes das péssimas condições do tanque, mantiveram as operações sem as devidas manutenções preventivas. Não foi um simples acidente, mas sim um assassinato diante do descaso da empresa com a segurança dos equipamentos e dos trabalhadores”, afirmou.

 

O ato na Reduc foi promovido pelo Sindipetro Caixas, em parceria com a FUP, e contou com a participação de membros de sindicatos de petroleiros de todo o país.

 

 

Cabral, presente! 

Nascido e criado no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, Cabral tinha apenas 56 anos de idade e não descuidava da saúde. Além de fazer natação, era vegetariano e gostava de jogar uma pelada com os amigos. Também era muito ligado à família. Tinha um filho de 21 anos e ajudava a cuidar dos pais idosos, dos quais era vizinho.

 

Com 21 anos de empresa, ele era um profissional experiente, referência no setor de transferência e estocagem da Reduc, mas não teve sequer a chance de reagir, quando o teto do tanque rompeu.

 

 

Denúncia no MP 

No último dia 25, a FUP e o Sindipetro Caxias apresentaram ao Ministério Público do Rio de Janeiro os relatórios das diversas comissões que investigaram o acidente e esperam que o fato seja apurado como um crime, pois colocar vidas em riscos não é acidente e sim assassinato. 

 

Os relatórios apresentados à promotoria foram feitos pela Cipa, pela Petrobrás, pelo MTE e pela ANP. A FUP e o Sindipetro Caxias também forneceram as listas com os nomes dos sete gerentes da Reduc que, no entendimento das entidades sindicais, são os responsáveis pela morte de Cabral, já que foram coniventes com irregularidades nas fiscalizações dos tanques e equipamentos e se omitiram diante da insegurança crônica que coloca em risco diariamente a vida dos trabalhadores.