A direção da Federação Única dos Petroleiros participou nesta quinta-feira, 13, da primeira reunião virtual do ano do grupo de Estrutura Organizacional de Resposta da Petrobrás (EOR), com a intenção de discutir a atual situação dos trabalhadores frente ao surto de COVID-19 na companhia.
– Números de contaminados dispara na Petrobrás
Diante do avanço da variante ômicron, diversos setores essenciais para a recuperação econômica enfrentam dificuldades para manter as atividades diante de altos índices de afastamentos por causa da contaminação por COVID-19 e influenza. Na Petrobrás não está diferente.
A gerência da maior empresa de energia do país, anunciou em reunião com a Federação Única dos Petroleiros, realizada nessa quarta-feira (13), a disparada dos números de casos de COVID-19 em comparação com a última reunião realizada há menos de um mês, em dezembro de 2021.
Foram registrados nos últimos dias mais de 725 casos confirmados de contaminados pelo vírus, e mais de 1.040 suspeitos. Para efeito de comparação, em 15 de dezembro 2021, eram 18 contaminados confirmados, entre 109 suspeitos. Desde o início da pandemia, 59 petroleiros já vieram a óbito em decorrência da doença.
Este número é alarmante, tendo em vista que durante toda a pandemia somente na base do Sindipetro do Norte Fluminense, foram confirmados 1.884 casos de Covid-19.
Com este aumento nos casos de contaminados e suspeitos, o número de trabalhadores afastados afeta ainda mais a segurança dos trabalhadores das áreas industriais que já era precária tendo em vista a falta de efetivo imposta pela gestão desde a implementação do O&M em 2017.
– Testagem
Em relação ao protocolo de testagem nas unidades da empresa, um dos itens da pauta da reunião, os representantes da estatal disseram estar em fase de implementação das medidas recomendadas por resolução (RDC 584, de 8/12/21) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre elas a testagem de todos os trabalhadores a bordo, quando haja um caso confirmado de contaminação. O dirigente da FUP lembra que os petroleiros defendem a testagem também na metade do período a bordo, entre outras medidas de segurança sanitária que permitam identificar previamente janelas de contágio.
– Petrobrás retoma plano da pandemia e implementa novamente o turno de 12h de forma unilateral nas refinarias.
Apesar de algumas bases terem optado por trabalhar no turno de 12h, outras preferiram manter a tabela de 8h. Acontece que a empresa, alegando ser mais seguro para a saúde dos trabalhadores, tendo em vista o aumento dos casos de COVID-19 no Brasil, voltará a implementar o turno de 12h nessas plantas em regime temporário e emergencial, como já fora adotado no auge da pandemia, em março de 2020.
– Teletrabalho
Cobrada pela FUP sobre providências adotadas diante do novo surto, a Petrobrás informou a adoção do trabalho em regime híbrido, voltando à situação e regras que predominavam em dezembro último, em cada unidade da empresa. Ou seja, nas áreas administrativas haverá um limite máximo de 40% dos empregados, com escala de trabalho presencial dois dias por semana. Pessoas com deficiência ou que façam parte do grupo de risco permaneceram em teletrabalho.
– Vacinação não é obrigatória
De acordo com a gestão da empresa, até o momento a Petrobrás ainda não realizou um estudo sobre a obrigatoriedade da vacina e por isso não exige o passaporte vacinal de seus empregados. Por outro lado, o petroleiro que não preencher o formulário sobre a situação vacinal poderá ser punido, independente da imunização.
A posição da FUP é de que deve-se exigir o passaporte vacinal, uma vez que é provado cientificamente a eficácia da imunização da população, diminuindo o risco de morte pelo vírus. Lembramos que os sindicatos filiados que estão aberto para atendimento presencial, só permitem a entrada de pessoas vacinadas nas sedes das organizações.
[Imprensa FUP]