Semana começa com luta contra as privatizações

Petroleiros da Repar atrasaram a entrada do expediente em protesto contra a venda das refinarias da Petrobrás.

 

 

Os trabalhadores da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, protestaram na manhã desta segunda-feira (01) contra a venda de unidades da Petrobrás. Petroleiros do turno da manhã e do horário administrativo atrasaram a entrada do expediente e debateram sobre as privatizações e as negociações sobre a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

 

Na última sexta-feira (28), a direção da companhia divulgou o “teaser” no qual anuncia ao mercado a venda de oito de suas treze refinarias e seus ativos integrados, como dutos e terminais de distribuição.

 

De acordo com o documento, a empresa pretende vender as unidades em duas etapas. No primeiro lote estão a Repar, Refap (RS), Rnest (PE) e Rlam (BA). Na segunda fase pretende-se vender a Usina do Xisto (PR), a Fábrica de Lubrificantes do Nordeste (LUBNOR/Ceará), a Reman (AM) e a Regap (MG).

 

As oito unidades que estão à venda representam metade da capacidade nacional de refino, ultrapassando 1 milhão de barris de petróleo processados por dia.

 

Durante o protesto, os dirigentes do Sindipetro Paraná e Santa Catarina alertaram que essa privatização coloca em risco a soberania energética nacional, pois a missão da estatal é garantir o abastecimento. “Para as estrangeiras, o que interessa não são as unidades industriais, mas o mercado, pois estarão comprando monopólios regionais. As incertezas não se restringem à manutenção dos empregos e sim à toda cadeia de derivados. Qual a garantia que quem comprar vai honrar os contratos de fornecimento dos subprodutos, principalmente os mais específicos, como aqueles destinados às indústrias, como propeno, coque, nafta petroquímica, entre outros”, afirma Thiago Olivetti, diretor do Sindipetro PR e SC e trabalhador da Repar.

 

“A única certeza que temos é que haverá muita luta e resistência. Em toda a história da categoria petroleira foi assim e não é agora que será diferente”, concluiu.