Sindicalistas, estudantes e religiosos apoiam a luta pela educação pública no Paraná

Fotos e texto de Joka Madruga
Terra Sem Males

 

A APP-Sindicato reuniu na manhã desta sexta-feira (03), na sua sede em Curitiba, diversas lideranças dos movimentos sociais, populares e religiosos do Paraná. O objetivo do encontro foi debater a onda de ataque do Governo Beto Richa a dirigentes da entidade. “Ao invés de puxarem o debate sobre a qualidade da educação pública, eles preferem fazer confrontação com a APP”, afirma Hermes Leão, presidente do sindicato.

 

No dia 26 de janeiro deste ano, as professoras e professores ocuparam o prédio da Secretaria de Educação do Paraná contra os retrocessos nesta área. No dia 11 de fevereiro a categoria aprovou, em assembleia na cidade de Maringá-PR, greve a partir do dia 15 de março. Também neste dia acontecerá a Greve Geral na educação, tendo como principais reivindicações o fim ao golpe de Estado no Brasil, a não aprovação da reforma previdenciária e pelos investimentos necessários e previstos no Plano Nacional de Educação (PNE). Esta paralisação foi decidida no Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação.

 

Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males

Além destas reivindicações, no Paraná os protestos também terão como alvo a reorganização do processo escolar, que irá penalizar a nova geração de estudantes. “Pois um professor que trabalhava numa única unidade escolar, agora terá que atuar em até 5 escolas. É um desgaste físico insuportável. Acaba com a qualidade de vida das pessoas”, explica Leão.

 

“Estamos conversando com os estudantes, em especial os que ocuparam as escolas, para mobilizarmos contra este retrocesso que estamos vivendo.” Tuany Strassacapa, Upes/PR.

“A APP teve uma iniciativa interessantíssima ao reunir os movimentos sociais e religiosos para falar sobre a importância da Greve Nacional da Educação do dia 15 de março. Acho que é uma iniciativa que deve ser reforçada pelas centrais sindicais e dos sindicatos que estarão juntos nesta luta.” Márcio Kieller, vice-presidente da CUT/PR.

“Acredito que todos os petroleiros e todos petroquímicos tem o papel fundamental neste momento onde a educação tem sido atacada. A gente vê todo o governo estadual usando força desigual contra os professores, então é um dever nosso auxiliar os professores e as entidades que fazem a defesa deles, para que consiga equilibrar esta luta que está muito desigual. É um compromisso nosso, pois isto reflete na nossa vida, no nosso futuro e na de nossos filhos e netos.” Gerson Castellano, diretor da FUP e Sindiquimica/PR

“Os bancários reconhecem que a escola pública é um patrimônio do povo do Paraná e entendemos que neste momento a APP quer ver a lei cumprida. Ela quer o respeito do que já esta escrito em lei. Não podemos permitir que o governo faça esta distribuição nas aulas e nem contribua com este avanço contra os direitos dos professores e professoras que terão de trabalhar mais para se aposentar.” José Altair Monteiro Sampaio, diretor da Fetec/PR.

“Somos totalmente solidários a esta luta da APP-Sindicato, mas a gente entende que este ataque aos trabalhadores da educação é um ataque a todos os trabalhadores do Paraná e estamos juntos com eles nesta luta.” Mário Dal Zot, presidente do Sindipetro PR/SC (Foto: Davi Macedo).

“Neste momento a classe trabalhadora sofre um processo violento de ataques. Retirada dos direitos, redução das conquistas históricas previdenciárias e conquistas sociais. O sindicato da educação tem sido uma das organizações mais atuante na defesa dos trabalhadores. Tem um papel importante em puxar a luta e ajudar a aproximar as forcas para resistir a esta ofensiva. Então os movimentos sociais se somam a esta expectativa no dia 15 de março, puxada pelos trabalhadores da educação no Brasil.” Robson Formica, Movimento dos Atingidos por Barragens.

“A religião tem a ver com a vida, com direitos e justiça. Todo cristão batizado se compromete com a aliança batismal. E a aliança batismal nos coloca em seguimento a Jesus Cristo, ou seja abraçar a bandeira e a causa de jesus e do Reino. E isso tem haver com dignidade, vida e respeito ao ser humano. Então, nenhuma Igreja poderia se negar de estar presente nesta luta.” Dom Naudal Alves Gomes, bispo da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil

“Chamamos os movimentos sociais para reforçar o calendário das frentes de luta do Brasil. No dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher, e que somem no ato público estadual no dia 15 de março a partir das 08h, na praça Santos Andrade de Curitiba.” Hermes Leão, presidente da APP-Sindicato.