Sindicato alerta: petroleiros que estão nos grupos de risco devem ficar em casa

Medida é importante para proteger os trabalhadores que correm mais riscos com o novo coronavírus.

 

 

O avanço da pandemia de Covid-19, que é a doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV2), no país inflige na necessidade de isolamento social e exige cuidados adicionais com os indivíduos que estão nos grupos de risco.

 

Isso porque as taxas de letalidade da Covid-19 com pessoas com comorbidades são mais altas do que a média na população comum. O coronavírus causa óbito em 3,7% das pessoas infectadas em todas as faixas etárias. Porém, entre os que estão acima de 70 anos a taxa de mortalidade chega aos 20%.

 

O Sindipetro Paraná e Santa Catarina alerta que os petroleiros enquadrados nos grupos de risco não devem ir trabalhar e têm que requisitar a dispensa junto aos setores de saúde das unidades industriais ou ao chefe imediato.

 

Para esclarecer possíveis dúvidas sobre os grupos de risco, o Sindicato traz a explicação detalhada sobre cada grupo enquadrado nessa condição. Confira!

 

Terceira Idade

Indivíduos acima dos 60 anos fazem parte dos grupos de risco porque a própria idade reduz a capacidade do sistema imunológico de combater infecções. Taxa de letalidade do coronavírus é alta em pessoas na terceira idade.

 

Doentes crônicos

Portadores de doenças como diabetes, hipertensão, enfermidades respiratórias (enfisema pulmonar, doença pulmonar obstrutiva crônica – DPOC, bronquite e asma) e pessoas com histórico de doença cardiovascular formam outro grupo de risco da Covid-19.

 

Diabetes: a insulinodependência pode agravar a Covid-19. Porém, se o nível de glicose no sangue estiver estabilizado, não há grandes preocupações. O maior risco é para aqueles que permaneceram ou permanecem com níveis muito altos de açúcar no sangue. A infecção pelo coronavírus pode causar sobrecarga em algum órgão já comprometido pelos altos níveis glicêmicos.

 

Hipertensão: o problema é parecido com quem tem diabetes. Se estiver controlada, não há grandes riscos, mas a hipertensão não controlada e severa danifica o coração, a dilatação de câmeras, causa insuficiência cardíaca e dano real. Esses fatores se somam e entram em falência em caso de infecção pelo novo coronavírus.

 

Doenças pulmonares: todas as enfermidades respiratórias causam algum déficit de função pulmonar. Como a Covid-19 frequentemente provoca pneumonia, existe a possibilidade de agravar quadros pré-existentes.

 

Cardíacos: pessoas com histórico de infarto agudo do miocárdio ou outras doenças cardiovasculares também precisam de cuidados extras com relação ao coronavírus, pois a Covid-19 pode avançar para um quadro de miocardite (inflamação do músculo do coração).

 

Cabe ressaltar que o estresse agudo da infecção pelo coronavírus sobrecarrega outros setores do organismo. Então, se a pessoa tem uma doença no rim ou coração, por exemplo, pode ter a situação agravada se desenvolver a Covid-19.

 

Imunodeprimidos

As pessoas com imunodepressão têm menor capacidade de lidar com vírus e bactérias em geral. São considerados pessoas imunodeprimidas aquelas que estão em tratamento contra o câncer e fazem radioterapia ou quimioterapia.

 

Mas também precisam de cuidados extras com relação ao coronavírus os sujeitos que têm doenças autoimunes, como lúpus, por exemplo, pois utilizam medicamentos que diminuem a capacidade do sistema imunológico.

 

Os transplantados também estão no grupo de risco da Covid-19 porque utilizam medicamentos imunossupressores.

 

Sobre os portadores do vírus HIV, a principal preocupação dos médicos é com aqueles que não têm controle da carga viral. Pessoas infectadas pela Aids, mas que têm vida saudável e tomam a medicação de forma regular estão em condição de risco igual as pessoas consideradas imunocompetentes.

 

Empregados com sintomas

Quem apresentar sintomas de gripe deve informar o chefe imediato com urgência para que seja providenciada sua liberação ou trabalho em regime de home office. A recomendação é não ir trabalhar com sintomas de gripe ou resfriado até que se confirme o diagnóstico.

 

Se acaso perceber que algum companheiro de trabalho apresente sintomas parecidos com os da gripe, reporte ao seu chefe imediato.

 

Cabe lembrar que febre, cansaço e tosse seca são sintomas comuns apresentados por pessoas com Covid-19. Algumas pessoas também têm dores no corpo, coriza, congestão nasal, dor de garganta e diarreia. Além disso, segundo a OMS, uma em cada seis pessoas infectadas sente dificuldade para respirar. 

 

Trabalhadores que voltam do exterior

Devem informar ao seu chefe imediato para que seja providenciada a liberação ou trabalho em home office. O período deve ser no mínimo de 7 dias, prazo superior à média de incubação da doença. 

 

Já para aqueles que estejam voltando de países com alto risco de contágio (China, Itália, Irã, Coreia do Sul, Espanha, Alemanha, França, EUA, Suíça, Reino Unido, Noruega, Suécia, Dinamarca, Holanda, Japão, Bélgica e Áustria até o momento) deverão permanecer em casa por 14 dias, como medida adicional de segurança. 

 

Aviso Geral!

Uma recomendação da própria Petrobrás é para evitar aglomerações no setor de saúde. Procure agendar um horário antes de ir falar com os médicos das unidades.

 

 

Fontes:

Organização Mundial de Saúde (OMS).

Ministério da Saúde.

RH SIX/Petrobrás

Entrevista do médico infectologista Antônio Carlos Nicodemo, do Hospital Sírio-Libanês (SP).