O Sindipetro PR e SC participou na quarta-feira (09) do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público e das Empresas Públicas, realizado na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), em Florianópolis. O evento foi seguido por uma audiência pública que debateu a importância da Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina) como empresa estratégica para o estado e para a sociedade.
A atividade reuniu parlamentares, entidades sindicais, movimentos sociais e trabalhadores em torno da defesa do patrimônio público. Representaram o Sindicato a diretora Cristiane Fogaça e o diretor Jean Penha.
A Frente Parlamentar surge em um momento em que empresas públicas estão ameaçadas por projetos de privatização e sucateamento promovidos pela atual gestão de Santa Catarina. No caso da Celesc, ainda que não haja nenhum projeto formal de privatização em curso, o governo ameaça o futuro da empresa por meio das terceirizações, precarizando o serviço público e sem realizar concursos.
Para a diretora Cristiane, a criação desse espaço de articulação política é um avanço importante para a região. “É mais um passo que damos na direção do enfrentamento ao governo do estado de SC, que insiste no desmonte de empresas públicas extremamente necessárias, como é o caso da Celesc, que esteve na linha de frente durante a catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul, atuando com rapidez e excelência para devolver a energia ao povo gaúcho. Nossa participação enquanto defensores dessas empresas e compondo a comissão é essencial para garantir a unidade e fortalecer a luta”, destacou.
De acordo com o diretor Jean, a iniciativa cumpre um papel fundamental ao levar o debate sobre as privatizações para o campo político, envolvendo os parlamentares na defesa do bem público. Além disso, abrem espaço para que trabalhadores e a população expressem sua opinião sobre o tema. “A audiência pública na Alesc foi um momento esclarecedor sobre a questão da privatização da Celesc, com a presença de políticos de diversos partidos, tanto da direita quanto da esquerda, todos fazendo a defesa da estatal elétrica. Isso prova que, independentemente da posição ideológica, há um entendimento comum de que os serviços prestados por uma empresa pública forte e bem gerida são superiores aos oferecidos por empresas privadas. O caso de São Paulo ilustra bem como essas empresas atuam: visam apenas o lucro e prestam um serviço péssimo à população”, afirmou.
A audiência pública reuniu representantes de diversas categorias e setores que reforçaram o papel essencial da estatal para o desenvolvimento de Santa Catarina, principalmente no fornecimento de energia de qualidade, na geração de empregos e na arrecadação para os municípios. Houveram discursos inflamados relatando o alto índice de acidentes devido à intensa terceirização dentro da empresa — atualmente, há mais terceirizados do que empregados próprios na Celesc.
Para Jean, essa situação se assemelha ao que ocorre no Sistema Petrobrás, onde a maioria dos acidentes atinge trabalhadores do setor privado. “Esses trabalhadores são precarizados, mal pagos e mal treinados, sendo explorados por empresas levianas, que se preocupam apenas em lucrar com os contratos, sem considerar a vida de quem está na linha de frente. Acredito ser fundamental a presença dos petroleiros nesse debate, pois fomos fortemente afetados por um processo de privatização no governo anterior, que teria sido concluído caso ele fosse reeleito”, ressaltou.
O Sindipetro PR e SC apoia a criação da Frente e reforça seu compromisso com a defesa das empresas públicas, que cumprem papéis fundamentais para a soberania nacional e para o desenvolvimento social e econômico do país.
Confira as imagens: