Dirigentes do Sindipetro Paraná e Santa Catarina participaram de um ato nacional no Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao Benzeno. A manifestação
Dirigentes do Sindipetro Paraná e Santa Catarina participaram de um ato nacional no Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao Benzeno. A manifestação ocorreu na última sexta-feira (05), na sede da Fundacentro, em São Paulo, e contou com a presença de representantes de sindicatos do ramo químico.
O Sindipetro levou para a manifestação os bonecos “petroleiro zangado” e “vampiro da Petrobrás”, suas novas alegorias de luta. O vampiro trazia em sua capa a marca da Campanha Permanente de Combate ao Benzeno, que traz a frase “Benzeno não é flor que se cheire”, com a cadeia do agente químico em forma floreia saindo de um barril de petróleo.
Neste ano foi a primeira vez em que se realizou o Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao Benzeno. A data foi estipulada durante a reunião da Comissão Nacional Permanente de Benzeno (CNPbz) realizada entre os dias 04 e 06 de julho, em São Paulo e é uma homenagem ao operador Roberto Krappa, da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, que faleceu no mesmo dia, em 2004, vítima de leucemia mieloide aguda, doença causada pelo contato com o benzeno.
Krappa trabalhou durante onze anos na refinaria sem saber que, aos poucos, seu organismo estava sendo contaminado por uma substância altamente cancerígena. Silenciosa, a doença o separou da esposa e de seus dois filhos num intervalo de apenas 22 dias. Sua história se tornou o símbolo da categoria na luta contra a postura negligente da Petrobrás em relação aos petroleiros contaminados pelo agente toxicológico benzeno.
O Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao Benzeno é uma justa homenagem a Roberto Krappa e também tem a tarefa de conscientizar a categoria sobre os riscos do agente toxicológico. Além disso, serve de alerta à Petrobrás, que até agora pouco fez para minimizar a exposição dos seus trabalhadores ao benzeno.
Enquanto a companhia não cumprir o Acordo Nacional do Benzeno e continuar tentando modificá-lo, afirmando que existe tolerância à substância, mesmo quando a legislação diz o contrário, os trabalhadores que ajudam a construir a riqueza da maior empresa do país continuarão correndo perigo mortal. O conceito quantitativo que a Petrobrás tanto quer impor não é seguro. Diante disso, cabe ao movimento sindical e aos trabalhadores lutar com todas as forças contra mais este ataque patronal.
Em defesa da Fundacentro
O local da manifestação foi escolhido porque a Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho) foi uma entidade fundamental no processo d criação do Acordo Nacional do Benzeno e vem sofrendo um processo de sucateamento, com sucessivos cortes de orçamento e falta de contratações.