União de entidades e movimentos sociais leva esperança para famílias em situação de vulnerabilidade.
Representantes do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina visitaram no dia 10 de agosto a comunidade Nova Esperança, em Campo Magro, na região metropolitana de Curitiba. O objetivo da visita foi discutir ações solidárias através da Associação Beneficente e Cultural dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (ABCP).
A comunidade está localizada em uma área próxima à prefeitura da cidade, desde maio de 2020. No início da ocupação, 400 famílias se instalaram no local que estava abandonado há mais de 12 anos. Atualmente, a vila Nova Esperança abriga cerca de 1200 famílias. Estima-se que vivam pelo menos 5 mil pessoas na ocupação, aproximadamente 1,6 mil são crianças.
Sob a organização do Movimento Popular por Moradia (MPM) e com a ajuda de diversas instituições, sindicatos e movimentos sociais, a ocupação conseguiu edificar diversos espaços coletivos. A comunidade conta com duas salas de aula, biblioteca, padaria e cozinha comunitária, que serve marmitas três vezes por semana para os moradores. O local conta ainda com uma marcenaria e um espaço para a fabricação de blocos ecológicos, que serão utilizados na construção de casas, gerando moradias mais dignas para as famílias que não têm condições de comprar os materiais convencionais.
Há também um Barracão de Reciclagem, que já opera através de trabalho manual; e um barracão para arte, cultura e lazer, onde o coletivo de esporte desenvolve atividades para crianças e adultos, tais como como futsal, futebol, vôlei, muay thai, capoeira, entre outras.
Um posto de saúde para atendimento básico foi construído e conta com o trabalho voluntário de médicos que fazem atendimentos a cada 15 dias. O local dispõe de oxímetro, aparelho para pressão, diabetes e alguns medicamentos. Tudo alcançado com a união dos moradores e a colaboração de várias entidades.
Atualmente, não há nenhuma ordem de despejo e a ocupação segue pacífica na luta pelos seus ideais. A pandemia, somada à incapacidade política do governo federal de gerir a crise econômica, intensificou os problemas sociais do país e fez com que muitas famílias perdessem sua renda e lar. Conhecer as principais necessidades da ocupação permitirá uma ação solidária mais assertiva para que as pessoas que ali estão instaladas possam recomeçar suas vidas com mais esperança e dignidade.
Para o líder comunitário, Val Ferreira, a expectativa é que a visita do Sindicato possibilite projetos que gerem renda para as famílias da ocupação. A comunidade ainda tem muitas carências e parcerias com entidades sociais são importantes para o seu desenvolvimento. “O povo quando se une tem uma força fenomenal. Os movimentos, os sindicatos, as instituições quando se unem em prol da causa humanitária nos ajuda a realizar coisas que para muitos é uma utopia. O MPM sempre luta em favor da vida, sempre luta em favor da melhoria das condições ideais e mais adequadas”, afirmou.
:: União Solidária
A “União Solidária” foi criada em junho de 2020 com o objetivo de levar alimentos e cargas de gás para comunidades em situação de vulnerabilidade social, principalmente neste período de pandemia.
A próxima ação será no dia 7 de setembro, concomitantemente ao Grito dos Excluídos, tradicional mobilização dos movimentos sociais realizada no feriado da independência.
Irão participar da União Solidária o Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR e SC); Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Paraná (MST); Comissão da Dimensão Social da Arquidiocese de Curitiba; Centro Comunitário Padre Miguel (Cecopam); Produtos da Terra; Coletivo Marmitas da Terra; APP-Sindicato Estadual, e Núcleos Curitiba Sul; e Partido dos Trabalhadores de Curitiba (PT-Curitiba).
Por Juce Lopes, estagiária sob supervisão de Davi Macedo (MTb 5462)