Saiu em tudo que é jornal! Após pouco mais de treze anos de uma das maiores catástrofes ambientais do país, a Justiça Federal condenou a Petrobras a pagar uma multa bilionária em razão do vazamento de pelo menos 4 milhões de litros de óleo da Repar. O valor é de pelo menos R$ 1,4 bilhão, corrigidos pelo INPC, sem consideração dos juros. Ainda cabe recurso, mas a decisão também obriga a empresa a recuperar totalmente o local impactado, especialmente a região do Arroio Saldanha e o Rio Barigui, com descontaminação do solo e monitoramento da qualidade do ar e das águas, entre outras medidas reparadoras que devem ser tomadas pela empresa.
O acidente não foi mero fruto do acaso, mas o resultado de uma série de ações administrativas que tinham como finalidade o aumento da produtividade ao custo mínimo de manutenção e de pessoal, que acabou resultando no sucateamento da unidade e, em consequência óbvia, a tragédia ambiental.
Três anos antes do terrível acidente, o Sindipetro PR e SC já alertava sobre o risco de operar a refinaria com efetivo extremamente reduzido. A edição nº 947 do periódico sindical, datado de 12/03/1997, trazia o seguinte alerta sobre o efetivo de trabalhadores ao gestor da unidade: “O Sindipetro PR/SC chama a todos para este debate. Respeitamos o Sr. Cosenza, como Superintendente da Repar, mas não mediremos esforços para colocarmos um basta nesse crime que está perpetrando contra a integridade física e moral de nossos companheiros(as), bem como contra a população que cerca a Refinaria, aumentado a cada dia, sem saber que se aproximam perigosamente demais de um verdadeiro barril, prestes a explodir a qualquer momento”. Qualquer semelhança com a situação atual não é mera coincidência, inclusive de nomes!
Pinga fogo!
Quantos trabalhadores poderiam ser admitidos na Repar pelos próximos 100 anos com as multas atualizadas no valor de R$ 1,4 bilhão pelo vazamento de 4 milhões de litros de petróleo em 2000? O acidente que poderia ter sido evitado se tivesse um efetivo adequado!
Enquanto isso os trabalhadores denunciam as mesmas condições de falta de efetivo. Por outro lado, os gerentes comemoram o aumento da produtividade. Os resultados dessa criminosa posição dos gestores já são conhecidos…
Lembre-se! O atual diretor do abastecimento foi o último gerente geral da Repar antes da ciranda de trocas gerenciais do refino. O estopim está aceso novamente.
Dia D para o efetivo da Repar? Na próxima quinta-feira, dia 29 de agosto, representantes do Sindipetro Paraná e Santa Catarina, FUP e Abastecimento da Petrobrás se reúnem para a tão esperada reunião de negociação sobre o efetivo mínimo necessário para operar a refinaria de Araucária com segurança. Será às 10h00, no Edise, no Rio de Janeiro.