Apesar do silêncio monumental da velha mídia e das mil e uma armações para esconder ou minimizar os efeitos bombásticos do livro “A Privataria Tucana”, os deputados federais voltarão do recesso parlamentar com o dever moral de instalarem uma CPI para investigar as denúncias e toda a extensa documentação apresentada pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr. Lançado no dia 9 de dezembro, o livro esgotou a primeira edição de 15 mil exemplares em dois dias e teve mais de 120 mil exemplares vendidos em três semanas.
Das 343 páginas que desvendam o mega esquema de corrupção durante as privatizações das estatais feitas pelo governo FHC, mais de 140 são de documentos oficiais levantados em juntas comerciais, cartórios, Ministério Público e na Justiça, comprovando a lavagem de dinheiro em paraísos fiscais e pagamentos de propinas. O esquema era comandado pelo então ministro do Planejamento, José Serra, sua filha Verônica Serra, o banqueiro Daniel Dantas, o ex-diretor do Banco do Brasil e tesoureiro das campanhas de FHC, Ricardo Sérgio, entre outros tucanos.
O livro é rico em detalhes e consumiu 12 anos de investigações feitas pelo jornalista e que levaram o deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), a solicitar a instalação de uma CPI para investigar a fundo a privataria tucana. Um requerimento com 206 assinaturas de deputados de diversos partidos cobrando a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito foi protocolado no dia 21 de dezembro pelo presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT/RS ). A Casa deverá se pronunciar somente em fevereiro, após o recesso parlamentar.
A privataria imposta pelos tucanos desregulamentou setores estratégicos do país, entre eles a indústria de petróleo, enfraquecendo o Estado e aprofundando a concentração de renda e a exclusão social. A Petrobrás só não foi completamente privatizada em função da resistência dos trabalhadores e dos movimentos sociais. É chegada a hora da sociedade brasileira exigir uma investigação profunda das escandalosas operações de venda de estatais a preço de banana ocorrida nos anos 90, a maioria delas financiada com empréstimos e títulos públicos, em troca de propinas.
Imprensa da FUP