Setor Privado

Tecnokip atrasa salários novamente e trabalhadores votam indicativo de greve

Mais uma vez, os trabalhadores e trabalhadoras da Tecnokip, empresa que presta serviços administrativos e operacionais no Terminal Transpetro de Paranaguá (Tepar), foram obrigados a paralisar suas atividades para cobrar um direito básico: o pagamento dos salários em dia.

Na manhã desta sexta-feira (09), houve um atraso nas atividades como forma de protesto contra o não pagamento dos vencimentos, cujo prazo legal e previsto no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) é até o quinto dia útil do mês. Infelizmente, até o momento da mobilização, a empresa não havia dado qualquer retorno à categoria.

Trabalhadores da Tecnokip fazem protesto contra atrasos salariais.

Diante disso, o Sindicato convoca os trabalhadores para uma assembleia geral extraordinária, a ser realizada na próxima segunda-feira (12), às 07h30, em frente ao Tepar. A pauta será a discussão e deliberação sobre o indicativo de greve, com data de início a ser definida pelo Sindicato, além de assuntos gerais.

Esse cenário já havia ocorrido no mês passado, quando a empresa descumpriu o ACT e pagou os salários apenas no dia 15 de março, após forte mobilização da categoria. Na ocasião, a Tecnokip também se comprometeu a quitar a multa, os juros e a mora decorrentes do atraso junto com a folha de abril. No entanto, até o momento, os trabalhadores ainda não receberam esses valores.

O protesto desta sexta-feira expressou a indignação da categoria diante da conduta reincidente da empresa, que demonstra descaso com obrigações básicas. Os trabalhadores acabam arcando com as consequências, como o acúmulo de contas atrasadas – um impacto ainda mais sentido às vésperas do Dia das Mães.

Além da questão salarial, o Sindicato cobra outras pendências, como os depósitos do FGTS referentes aos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, que ainda não foram creditados, apesar de a empresa ter apresentado os comprovantes de depósito.

De acordo com o diretor sindical responsável pelo setor privado, Thiago Olivetti, a Tecnokip, que completou neste mês um ano de contrato com a Transpetro, está apresentando diversos problemas. “Além dos atrasos salariais, ela está com uma série de pendências conosco, com fornecedores, com os planos de saúde e odontológico, com a lavanderia dos macacões. Inclusive, temos informações de que a empresa já está abandonando alguns contratos com a Transpetro. Em Itajaí (SC), que era manutenção de esfera, foi abandonado. No Rio Grande do Sul, ela abandonou a manutenção de tanques. Esse contrato de Paranaguá, que é operacional e deveria ser mantido com seriedade, também está sendo tratado com descaso”, afirmou.

O Sindicato segue acompanhando de perto a situação, cobrando soluções e exigindo o cumprimento integral do ACT. Diante da gravidade do cenário, a participação dos trabalhadores na assembleia é fundamental para fortalecer a mobilização e definir coletivamente os próximos passos da luta por direitos e respeito.

 

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Por Juce Lopes