Apesar de todo o esquema tático montado pela gestão entreguista de Castello Branco, petroleiros do PR e SC driblaram o assédio e mostraram entrosamento na luta contra a retirada de direitos e privatização da Petrobrás.
Time unido e com vontade de vencer dificilmente perde uma disputa. O resultado das assembleias prova isso. O Sindipetro realizou 20 sessões, entre os dias 21 e 30 de agosto, para ouvir a opinião da categoria sobre a 3ª contraproposta da gestão da Petrobrás para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho e os indicativos da FUP e sindicatos.
O placar foi avassalador. Nas bases do Paraná e Santa Catarina, 80% dos petroleiros rejeitaram a contraproposta da empresa, com apenas 16% a favor e 3% de abstenções.
A goleada se repetiu nos demais pontos de pauta das assembleias. Sobre a manutenção da negociação com a gestão da Petrobrás, 87% foram favoráveis, 8% contrários e 5% preferiram se abster. Com relação à prorrogação dos efeitos do atual ACT enquanto durarem as negociações, 89% concordaram com este indicativo, 6% contrários e 5% se abstiveram.
Já sobre a deflagração de greve em caso de ataques ao patrimônio jurídico coletivo da categoria durante o processo negocial, 71% foram favoráveis, 23% contrários e 6% optaram pela abstenção.
Jogo sujo
O esquema tático montado pela gestão da Petrobrás, sob o comando de Roberto Castello Branco, escalou gerentes e demais cargos de confiança para participarem das assembleias (algo nada habitual), na tentativa de intimidar os trabalhadores a votarem conforme os interesses da empresa.
O resultado mostrou que essa estratégia foi uma bola fora. Além de não ter eficiência, expôs os empregados com cargos de confiança a situações desconfortáveis, pois nas assembleias não existe hierarquia e o voto de qualquer trabalhador tem o mesmo peso. Convencer pessoas a votarem contra seus próprios direitos não é uma tarefa fácil, mesmo na base da coação.
Segue o campeonato
As assembleias significaram a vitória da categoria neste jogo, mas o campeonato segue e para erguer a taça será preciso ainda muita luta.
Diante desta derrota, a gestão da Petrobrás entrou com pedido de mediação do ACT no Tribunal Superior do Trabalho (TST) antes mesmo do apito final das assembleias.
Uma reunião preliminar no TST aconteceu na quinta (29), mas a direção da estatal não aceitou os pontos apresentados pela FUP, como a prorrogação do Acordo Coletivo e manutenção do processo de discussão em mesa de negociação, na própria empresa.
Diante do impasse, o ministro do TST propôs que a empresa prorrogue o ACT e dê continuidade à mediação no Tribunal. A Petrobrás e os sindicatos têm até às 10h de segunda-feira (02/09) para responder se aceitam ou não a proposta.